A delegada da OMCV em São Vicente considera que o espaço da instituição, situado na Pracinha Dr. Regala, tem-se demonstrado pequeno para tanta procura por formação profissional e, por isso, a instituição pondera aumentar as instalações para dar resposta à demanda. Com as salas todas preenchidas, no momento em que se desenrolam ao mesmo tempo 5 formações, circulam no edifício mais de setenta formandos, maioritariamente mulheres.
“Há muita procura, mas a nossa capacidade de resposta é fraca e neste momento todo nosso espaço de formação encontra-se ocupado. Temos recebido reclamação de pessoas que dizem estar inscritas e que não são chamadas para formação, mas não temos capacidade de abranger todos os inscritos”, lamenta Fátima Balbina, delegada da instituição na chamada ilha do Monte Cara.
Esta delegação pretende criar mais salas, acrescentando mais um piso no prédio onde se situa e a perspectiva é abranger mais inscritos e ser a base de formação para outros parceiros. “O projeto já tem algum tempo, mas foi transformado para abranger também salas de formação, prática e teórica e como forma de poder albergar mais formandos. Também poderemos apoiar mais algumas instituições que nos procuram a pedir-nos emprestado o nosso espaço para formação”, considera a delegada, que procura financiamento para a sua concretização.
A estratégia tem sido, de acordo com a mesma, tentar encaminhar alguns inscritos da lista de espera para outras instituições, como o Centro de Emprego e Formação Profissional, parceira institucional dessa organização. “A retoma após o início da pandemia trouxe-nos até mais energia e neste momento temos as turmas de manicure e pédicure, marketing digital e comércio eletrónico, de corte, costura e moda, de cozinha, restauração pastelaria e panificação e a turma de empreendedorismo e gestão de pequenos negócios, em parceria com a Associação Abraço“, elenca Fátima Balbina. Para ele, tudo isso é oxigénio, uma energia positiva e por isso sente que a OMCV-SV está a dar a sua contribuição para a inclusão social e a ajudar as pessoas a saírem do limiar da pobreza com as formações.
Os cursos, para a entrevistada, fornecem bagagens às pessoas na procura de emprego e as ajudam a tornar-se autossuficientes. Enaltece que o esforço tem sido tanto da instituição, quanto dos financiadores, formadores, colaboradores da OMCV e dos próprios formandos.
No entanto, a delegada sublinha que os objetivos da instituição não estão cumpridos na totalidade, uma vez que não conseguem abranger jovens de localidades mais afastadas da cidade. “Muitos jovens das periferias não possuem condições para arcarem com os custos do transporte para virem procurar por uma formação, ou quando as formações terminam é tarde para regressarem para as suas comunidades. A nossa preocupação maior é encontrar solução para levar formação às comunidades com necessidades”, exprime esta responsável pela OMCV na cidade do Mindelo, que eleva também o papel de outras organizações e associações que disponibilizam formações nas comunidades.
Mesmo com estas ofertas, garante que são limitadas e lamenta que a OMCV não consegue custear o transporte para os jovens. Além de formações, a delegada diz que há outros projetos que em breve serão lançados e irão beneficiar as comunidades mindelenses.
Sidneia Newton
