A Organização das Mulheres de Cabo Verde em São Vicente recebeu pedidos de agências de recrutamento para identificar e selecionar uma centena de profissionais para trabalhar em Portugal e na Espanha. A maior parte dos selecionados (75) deverá ser encaminhada para Espanha, para trabalhar na construção civil, enquanto os restantes 25 deverão seguir para Portugal para o sector do turismo e restauração.
“Fomos contactados pelas agências porque ficaram a saber através das nossas redes sociais que ministramos formações nas nossas instalações e houve contacto por email e pessoalmente”, garante Fátima Balbina, a representante da delegação da OMCV em S. Vicente.
A organização fará desta forma a triagem dos trabalhadores que se inscreverem e deixa certo que a prioridade será dada a pessoas que fizeram formação na OMCV e que estejam desempregadas. Por outro lado, garante que a instituição fará o seguimento dos selecionados, de forma a garantir que as condições propostas sejam cumpridas por ambas as partes.
“Quando nos contactaram tivemos a curiosidade de pesquisar sobre as empresas para onde disseram que os trabalhadores poderão ser encaminhados, saber do histórico, falamos com proprietários e até com funcionários cabo-verdianos. As condições de trabalho estão a ser colocadas num contrato, elaborado pela nossa jurista, que deverá ser assinado ainda em Cabo Verde”, diz Balbina.
A instituição social criou, entretanto, uma estrutura para realizar este processo, seguindo os seus objetivos traçados de diminuição do desemprego, da pobreza e no empoderamento das pessoas. Mas para isso há alguns requisitos que deverão ser preenchidos pelos interessados.
“Os candidatos deverão enviar os seus dados, com certificado na área que concorrem, para o email inscricao.omcv.sv@gmail.com e aguardar”, sublinha.
De acordo com Fátima Balbina Lima, serão aceites candidaturas de pessoas dos 21 aos 45 anos e na hora da entrevista estarão atentos para filtrar os que pretendem ir para trabalhar, dos candidatos que desejam usar esta oportunidade apenas para entrar na Europa. Em contrapartida, a OMCV pretende usar estes novos contactos para arranjar financiamento para passar a formar trabalhadores para o mercado cabo-verdiano e além-fronteiras.
As formações já fazem parte do universo desta instituição que todos os anos forma centenas de jovens nas diversas áreas como serviços de andares e hotelaria, cozinha, pastelaria, panificação e restauração, marketing digital e comércio eletrónico, beleza e estética, entre outros cursos que são ministrados de curta e longa duração.
Sidneia Newton