A OMCV começa hoje a fazer o levantamento na Alfândega do Mindelo de materiais escolares enviados principalmente por emigrantes para auxiliar o regresso às aulas das crianças em S. Vicente, a ilha mais afectada pela tempestade Erin no dia 11 de agosto. Trata-se, por enquanto, de uma pequena quantidade de cadernos, lápis, uniformes, etc., estando prevista a retirada do grosso das encomendas no decurso desta semana. Donativos que, diz a delegada Fátima Balbina, são suficientes para satisfazer as necessidades identificadas.
Até ao momento, a organização tem uma lista de mais de 400 inscritos de pedidos de auxílio no arranque do novo ano lectivo. Pessoas que, afirma Balbina, estão até ansiosas porque as aulas já começaram. “O nosso foco neste momento é a recolha de materiais escolares e uniformes. Inclusivamente lançamos um apelo para as costureiras colaborarem na confecção de batas para as crianças, um serviço a ser pago”, revela essa fonte, salientando que os apoios foram remetidos de Portugal, Holanda, Bélgica, Estados Unidos e incluem ainda utensílios como pratos, panelas, lençóis, colchões e géneros alimentícios.
Numa primeira fase, segundo a responsável da OMCV em S. Vicente, a urgência foi entregar cestas básicas às famílias mais afectadas pela tempestade. Decorridos 40 dias, o objectivo agora é auxiliar esses agregados e profissionais a voltar à normalidade. Deste modo, a organização tem em curso projectos para ajudar as vendedeiras ambulantes que perderam o seu negócio, assim como barbeiros, carpinteiros… “Pretendemos auxiliar com valores que vão dos 30 mil aos 70 mil escudos, com base num projecto orçado em 3 mil contos e que conta com apoio internacional. Antes, no entanto, teremos de apurar junto de outras instituições, como a Câmara de S. Vicente e a Pro-Empresa, se o pessoal da nossa lista está a receber outros apoios”, enfatiza.
Fátima Balbina acrescenta que desde 18 de agosto que a OMCV enviou um projecto para o Programa das Pequenas Subvenções e a instituição parceira do projecto Luz para as Meninas destinado à reabilitação de 12 moradias. O projecto está na fase de levantamento, tendo já identificado 400 moradias. Porém, a maior parte, sublinha, não se enquadra nos requisitos. Como explica, têm de ser casas legalizadas, feitas de betão e cujas obras de intervenção se enquadram dentro das despesas previstas.
“Do grupo de 400 casas, cerca de 50 são legalizadas, mas as necessidades de intervenções ultrapassam os valores destinados pelo projecto. Pelo que ainda não definimos as 12 casas que serão beneficiadas”, explica Balbina, acentuando que os moradores terão de comparticipar, disponibilizando parte dos materiais ou ajudando com mão-de-obra.