O Ministério Público já formalizou acusação contra os 28 arguidos da Operação Epicentro, que foi desencadeada em junho na zona de Campim pela Polícia Judiciária – com a colaboração da Polícia Nacional e das Forças Armadas – para combater o narcotráfico em S. Vicente. No essencial, os envolvidos podem responder em juízo pelos alegados crimes de tráfico, organização criminosa e lavagem de capital.
As acusações mais pesadas visam os seis arguidos que estão presos preventivamente. Conforme apurou o Mindelinsite, a todos os elementos deste grupo forma imputados os crimes de tráfico de estupefaciente de alto risco (cocaína), lavagem de capital (agravada), organização criminosa, motim (rixas com grupos rivais de narcotráfico). Entretanto, dois elementos são ainda acusados de condução sem carta e posse de arma. Já os restantes 22 elementos em liberdade provisória ficaram indiciados dos delitos de lavagem de capital e associação criminosa.
A acusação foi formalizada no dia 8 de dezembro, no limite do tempo legal, isto é, 6 meses após a realização da Operação Epicentro, que, segundo a PJ, visou desmantelar a maior rede de tráfico de drogas em S. Vicente. O prazo inicial eram 4 meses, mas, como apurou este jornal, o Ministério Público pediu a sua prorrogação devido a complexidade do processo. Conforme fonte do processo, o MP tinha que cumprir o prazo sob pena de os arguidos presos serem libertados.
Deste modo, os primeiros envolvidos informados da acusação foram os presos preventivos. Falta ainda notificar os restantes. O processo-crime, refira-se, identificou uma lista de 81 testemunhas.
A acusação enfatiza que as autoridades policiais apreenderam gramas de cocaína em pó e em pedra, cannabis, bebidas, meios de transporte e 4 residências nas localidades de Campim, Tchã Tiliza e Ribeirinha. O processo pede o confisco de bens de 20 arguidos singulares e de 3 empresas.
A PJ, relembre-se, explica que as duas ações policiais desencadeadas em Campim estão inseridas numa ampla investigação que visa desmantelar uma rede criminosa suspeita de envolvimento em várias atividades ilícitas, como tráfico de estupefacientes, receptação e lavagem de capitais. Segundo a polícia científica, essas actividades tiveram foco especial na área do Campim, onde supostamente o núcleo da rede criminosa estava centrado.
No âmbito da “Operação Epicentro”, as autoridades anunciaram a apreensão de vários “elementos de relevância probatória”, incluindo mais de um milhão e quinhentos mil escudos, notas e moedas estrangeiras, estupefacientes (cocaína, haxixe e canábis), perfumes, sapatos, materiais elétricos, motociclos, viaturas, televisores, garrafas de bebidas alcoólicas e aparelhos eletrodomésticos.