O taxista Emiliano “Mian” Tavares suspendeu a marcha silenciosa com os dois filhos menores após ser notificado para prestar o seu primeiro depoimento junto do Tribunal Cível no processo resultante da morte da esposa Cátia Cristina, na sequência de uma queda da caixa de uma viatura da Câmara de S. Vicente. A nota chegou ao seu conhecimento menos de 24 horas após a notícia sobre o protesto, pelo que não descarta a hipótese de a publicação feita pelo Mindelinsite ter surtido efeito.
“A marcha era para chamar atenção da Justiça e da CMSV pela situação dos meus filhos. E sinto que a notícia teve o seu efeito”, diz Mian Tavares, que será acompanhado pelo advogado nessa audiência.
Receber essa nota reacendeu a esperança do taxista, que tem travado uma “dura luta” para assegurar os direitos dos filhos menores desde o falecimento da esposa, que sofreu uma queda da carroçaria de uma viatura da CMSV na rotunda de Fonte d’Meio, na zona do Madeiralzim, e acabou por falecer no dia 4 de fevereiro de 2021 no hospital Baptista de Sousa.
Como relatou ao Mindelinsite, a vida da sua família deu uma cambalhota, com consequências profundas no estado emocional dos dois filhos. Mian Tavares revela que, para piorar a situação, tem tido pouco tempo disponível para estar com os meninos, o que aumenta a sensação de abandono dos mesmos.
O taxista tem-se mostrado indignado com o suposto comportamento da autarquia mindelense, que, nas palavras dele, não tem cumprido as suas obrigações nesse processo. Aliás, corre trâmites no Ministério Publico de uma queixa-crime, mas Mian Tavares desconhece como o processo tem estado a andar.
“Há um processo-crime contra a Câmara de S. Vicente, que não tem estado a prestar-nos a devida assistência. No dia 28 de dezembro passado meti uma carta a solicitar audiência com a coordenadora do Ministério Público em S. Vicente para saber informações sobre o andamento do caso, mas ainda não obtive resposta”, revela a citada fonte.
Mian Tavares afirma que a sua luta é para garantir o respeito pelos direitos dos filhos, que foram penalizados pela morte da mãe e por tudo aquilo que veio a seguir.