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Mais oxigénio, mais humanismo ou mais condições hospitalares?

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Mais oxigênio, mais humanismo ou mais condições hospitalares, falta um desses aspectos, ou falta tudo isso nas nossas estruturas de saúde? A Covid-19, não pode vir a ser resposta para tudo de bem ou de mal que possa acontecer nas nossas estruturas de saúde do país.

Anteontem, 17, por volta das 11h da manhã, um idoso de 92 anos deu entrada no Hospital Agostinho Neto (HAN) com sintomas parecidos com os da Covid 19, pois tinha febre e vómito. Após chapa, conclui-se que estava com uma pneumonia bilateral. Foi isolado e ligado a soro.

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O idoso aparentava sinais de falta de oxigênio porque respirava com muita dificuldade. Entretanto, veio a receber oxigénio que, como diz o nome técnico dado pela medicina, significa oxigenoterapia – a administração de oxigénio suplementar com o objetivo de aumentar ou manter a saturação de oxigénio acima de 90%, corrigindo assim os danos causados pela hipoxemia. Esta técnica tem como principal objetivo aumentar o nível de oxigénio que é trocado entre o sangue e os tecidos. Num simples entendimento, ninguém consegue viver com pouco ou sem oxigénio.

Conforme a medicina, há um critério para se “ofertar” oxigénio a alguém, que se aplica quando um indivíduo tiver fibrose pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e edema pulmonar. Nesses casos, a oxigenoterapia é indicada para garantir que a saturação do sangue atinja níveis ideais para o funcionamento do corpo. Também pode melhorar significativamente a qualidade de vida e, em muitos casos, aumentar a expectativa de vida.

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No caso concreto, a pergunta é por que razão o paciente só recebeu oxigénio suplementar depois de duas horas, quando tinha pneumonia bilateral?! Conforme dados por escrito, por volta das 19h constactou-se que sentia falta de oxigênio, entretanto só pelas 21h é que foi levado para a sala de urgência por dois enfermeiros que lhe colocaram oxigénio e em hidratação.

Por volta das 8h da manhã, menos de 24h depois, um profissional liga para a filha, informando-a que o pai estava “estável”, “dormiu bem”, “acordou bem”, pediu água, mas que momentos depois morreu. Entretanto, o Hospital Agostinho Neto (HAN) ainda não sabe se a causa da morte foi Covid-19. Isto é, como a instituição enfatiza, para saber as causas da morte somente com uma autópsia. As causas da morte podem ser várias.

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Não importando a idade, os profissionais de saúde fizeram o trabalho deles que é tentar salvar vidas. Mesmo que por 1 minuto, mas infelizmente não conseguiram atingir essa finalidade, que deve ser igual para bebês, adultos ou idosos.

Esse idoso era uma pessoa lúcida, fazia tudo sozinho, caminhava com os próprios pés e, se ele pudesse escolher, continuaria a viver. Viver mesmo que só mais um dia, um dia é muito, em 1 dia podemos dizer coisas que queríamos dizer ou revelar, mas que mortos nunca iremos mais dizer.

Pelo direito à assistência, à vida, por todos que trabalham e na sua reforma puderem pelo menos usufruir pelo o que pagaram a vida toda.

Manda o protocolo da medicina que, quando alguém precisa de oxigénio, deve ser-lhe providenciado de imediato. Então, porquê isso só feito duas horas depois? Será que faltou humanismo, oxigênio ou falta de condições hospitalares?

Sandi Alves

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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