Mais de 120 participantes são esperados na conferência internacional “Alterações climáticas e educação ambiental” organizada pela Universidade Lusófona de Cabo Verde, com a colaboração do Centro Universitário de Cooperação Internacional, da Universidade de Parma. Concebido em formato presencial e online, o evento, que decorre nos dias 24 e 25 de abril em S. Vicente, tem na grelha a apresentação e debate sobre 11 grandes temas, todos relacionados com o fenômeno global das mudanças climáticas. Haverá, entretanto, um foco particular sobre Cabo Verde, país fustigado por grandes secas. Como enfatiza Elisa da Silva, Pró-reitora da ULCV e presidente da comissão organizadora, os participantes deverão concentrar-se mais nos problemas ambientais que afectam o arquipélago e estabelecer uma ponte com o quadro global.
Reforça a administradora da ULCV, Filomena Martins, que o obectivo é estabelecer um diálogo entre a ciência, as políticas públicas e os saberes locais, de modo a que educação ambiental seja cada vez mais vista como um instrumento estratégico sobre as mudanças climáticas e a sustentabilidade ambiental. “Se repararam, há 4 chavões no nosso subtema: respostas, desafios, saberes locais e oportunidades. A nossa tónica será nos saberes locais. Pretendemos valorizar os conhecimentos locais e as práticas sustentáveis, de modo a que saibamos exactamente o que estamos a fazer em Cabo Verde nesta área. Enfim, partir do global para o local”, salienta Filomena Martins. Enfatiza que é preciso gerar ações que vão ao encontro das políticas públicas existentes, mas que produzam efeitos a médio e longo prazo em Cabo Verde.
A conferencia – que contará com oradores italianos, portugueses, cabo-verdianos e alemães – deverá, nesta perpectiva, expor narrativas diferentes sobre a crise ambiental e as formas de resiliência planetária. Em suma, possibilitar o debate entre especialistas, instituições, activistas e a sociedade civil.
Os tópicos elencados comportam temas como “Dimensão cultural as alterações climáticas”, “Sustentabilidade ambiental, social e económica”, “Educação ambiental interdisciplinar e colaborativa”, “Agricultura sustentável”, “Cooperação internacional”, “Turismo sustentável”, “Políticas públicas”…
A conferência vai introduzir um ponto considerado inovador, intitulado “Eco-ansiedade, emoções climáticas e tecnologia imersiva nos contextos educativos”. Especifica a nota conceptual que o mesmo será abordado através da apresentação de artigos teóricos, empíricos ou aplicados, que abordam os desafios e oportunidades das novas tecnologias, entre as quais as tecnologias imersiva, sobre a eco-ansiedade e outras respostas emocionais às mudanças climáticas em ambientes educacionais.
O evento, que será aberta pelo Presidente José Maria Neves no dia 24, decorre na Universidade Lusófona de Cabo Verde em S. Vicente, é destinada a instituições, associações a sociedade civil, organizações governamentais, estudantes, empresários. Estão previstas visitas de campo para se conhecer as boas práticas implementadas em Cabo Verde, mais precisamente na chamada ilha do Monte Cara.