Faleceu o professor Rui Torres, nascido em Portugal, mas que adoptou Cabo Verde, mais precisamente a ilha de S. Vicente, como sua terra de eleição. A notícia apanhou os muitos amigos de surpresa, que lamentaram o passamento desse amante incondicional do desporto e que formou vários atletas em Cabo Verde enquanto professor de Educação Física.
Para a colega de profissão e amiga Deolinda Camões, o professor Rui Torres, 72 anos, era um indivíduo de fácil convívio, um homem contemplativo, mas, ao mesmo tempo, muito brincalhão. “Ele tinha um amor incondicional por Cabo Verde. Tanto assim que ele tentava regressar o quanto antes à ilha de S. Vicente quando viajava”, conta Dú, como é tratada. Segundo esta ex-professora, Rui Torres era um exímio nadador e atleta de saltos acrobáticos. “Era um espectáculo vê-lo dando saltos do trampolim, na Matiota.”
A morte de Rui Torres foi uma autêntica surpresa para Américo “Micucha” Medina, seu vizinho e amigo de longa data. Os dois costumavam ver-se com frequência e chegaram a conversar no dia em que foi internado. “Ele falou comigo cheio de energia, como era do seu timbre. Ele disse-me que era uma dor no estômago, mas que regressaria logo para casa”, recorda Micucha, que conversou com Rui Torres mais duas vezes. No terceiro dia entrou em contacto com Carlos Rocha, amigo muito próximo de Rui Torres, e ficou a saber que ele estava bem. Momentos depois chegou a notícia do seu falecimento, ocorrido no sábado à tardinha.
“Ninguém contava com este desfecho”, afirma Micucha, que ficou a saber que o amigo terá sofrido um ataque cardíaco. Para ele partiu um irmão, um desportista talentoso e multidisciplinar que marcou gerações em Cabo Verde pela qualidade do seu trabalho e o seu nível de disciplina. Segundo esta fonte, Rui Torres distinguiu-se em modalidades como a natação, mergulho, saltos acrobáticos, futebol, voleibol…
Filho de portugueses, Rui Torres veio de Portugal para a cidade do Mindelo aos 7 anos de idade quando o pai foi transferido para trabalhar na antiga fábrica Congel. Desde então criou um forte apego à ilha de S. Vicente. Este dirigente do clube Amarante chegou a emigrar para os Estados Unidos, mas regressou à cidade do Mindelo, onde estava a residir e usufruía com os amigos de uma grande paixão: a pesca.
A data do funeral ainda não foi divulgada.