A Cidade do Mindelo acordou hoje com a notícia do falecimento aos 83 anos de Jorge Brito, ex-director da extinta empresa estatal Arca Verde e Combatente da Liberdade da Pátria. Segundo o cunhado Eduardo Cleofas, nada previa a morte do amigo, que foi encontrado sem vida na sua cama esta madrugada.
“Ele apanhou na semana passada uma virose, mas, pelas informações que disponho, ele chegou a recuperar-se. Ontem à noite perguntei à sua esposa se ele estava bem e ela disse-me que ele estava na sala vendo o noticiário na televisão. Portanto, tudo indica que ele estava normal”, conta a referida fonte, que não soube explicar qual foi a causa do óbito de Jorge Brito.
Pessoa de trato fino, o malogrado era um homem de alta estatura, mas que transmitia tranquilidade no seu comportamento. Como afirma o cunhado, Jorge Brito era incapaz de maltratar até o chão que pisava.
Membro do PAICV, ocupou cargos de gestão em empresas estatais, apesar de possuir, conforme a citada fonte, apenas o sexto ano de escolaridade. “Estamos a falar do ensino antigo, mas temos de levar em conta que ele fez uma série de formações na sua carreira. Ele falava e escrevia inglês fluentemente”, salienta Eduardo Cleofas.
Enquanto activista, Jorge Brito foi um dos intervenientes da resistência na Ribeira Bote em 1974 contra as tropas coloniais portuguesas e que valeu a este bairro o apelido de “Zona Libertada”. Aliás, nasceu e cresceu nesta localidade conhecida em S. Vicente pela sua pujança cultural.
O funeral deste antigo Cônsul da Noruega está marcado para hoje às 16 horas a partir da sua residência em Alto de S. Nicolau. À família enlutada, o Mindelinsite endereça os seus respeitosos sentimentos de pêsames.