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Excluída de atelier, USV acusa OIT-Dacar de discriminação ao patrocinar evento nacional realizado pela UNTC-CS

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A direção da USV acusou ontem a representação da Organização Internacional do Trabalho em Dacar de marginalizar e discriminar os sindicatos que integram a união ao patrocinar um atelier nacional organizado pela UNTC-CS, do qual foram excluídos, cujo objectivo é a recolha de subsídios para a revisão do Código Laboral cabo-verdiano. Em conferência de imprensa, a União dos Sindicatos de S. Vicente manifestou o seu protesto contra a “conivência da OIT com a direção da UNTC”, que, segundo Tomás de Aquino, usou as instalações da USV para realizar o atelier, quando esse espaço está fechado devido ao contencioso entre a União e a Central Sindical que corre trâmites no tribunal.

A USV estranha como vários sindicatos que integra não foram convidados para um encontro que visa discutir subsídios para a revisão do Código Laboral. Ainda mais quando o evento conta com o apoio e financiamento da representação da OIT no Senegal. “Já agora aproveitamos para informar que esta não é a primeira vez que tal acontece em S. Vicente. Há bem pouco tempo foi realizado, aqui nesta ilha um outro atelier, direcionado para o setor das Pescas, também apoiado e financiado pela OIT/Cabo Verde, em que nem a União de São Vicente, nem os Sindicatos que a integram, foram convidados”, refere o sindicalista, para quem tem havido uma certa marginalização, discriminação e exclusão sistemática dos sindicatos de S. Vicente filiados na UNTC-CS por parte da OIT em Cabo Verde e no Senegal, o que é “a todos os títulos condenável e inaceitável”.

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Na prática, diz o porta-voz, foram excluídos do atelier os sindicatos mais dinâmicos e representativos da UNTC-CS a nível nacional: O Simetec, SICS, Sintap e Sicotur (S. Vicente), Stif e Siscap (Santiago), Sintcap e Sicotur (Sal), Sicotap (S. Nicolau), STBV ( Boa Vista) e STLSA ( Santo Antão). Segundo Aquino, ao se bloquear essas representações, que são das mais antigas e experientes em Cabo Verde, pergunta quem vai contribuir com subsídios para a revisão de um instrumento tão importante como o Código Laboral. Além disso quer saber o que pensa a OIT da situação, se esta organização internacional vai continuar a fingir que não sabe o que se passa em Cabo Verde.

Na perspectiva da USV, a OIT está de forma inconsciente a contribuir para a divisão e a até a destruição da UNTC-CS com a sua conduta. A União aproveita para alertar o Governo para o sucedido e exigir que os sindicatos que representa sejam também ouvidos se a revisão do Código Laboral for avante.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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