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Enfermeira retirada do bloco operatório do HBS por falta de pagamento da taxa moderadora

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Uma enfermeira foi retirada da sala de cirurgia do Hospital Baptista de Sousa, alegadamente por ordens superiores, devido ao não pagamento da taxa moderadora, conforme denúncias de colegas, que se mostram revoltados com a decisão. A profissional ia realizar uma cirurgia de vesícula. A direção do hospital nega que tenha sido retirada, mas admite que a profissional foi convidada a fazer o pagamento antes de se iniciar o procedimento. 

Curiosamente, este caso veio a lume no Dia de Enfermagem, 12 de maio, o que aumentou ainda mais a revolta dos colegas. “Uma enfermeira que trabalha no Banco de Urgência foi retirada de dentro do bloco operatório do HBS porque não pagou a taxa da cirurgia. Estamos a falar de uma profissional que trabalha num hospital que, reiteradamente, não cumpre com as suas responsabilidades”.

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De acordo com os seus pares, a ordem para suspender a cirurgia partiu da própria administradora do HBS. “Normalmente, por sermos profissionais da casa, quando vamos fazer uma cirurgia somos isentos das taxas. Mas a nossa colega teve de sair do bloco transtornada e foi para casa para buscar dinheiro para liquidar a taxa para poder ser submetida a uma cirurgia de vesícula.”

As nossas fontes relatam que a grande dos equipamentos que seriam utilizados na cirurgia foram doações recentes ao HBS.  “A cirurgia seria feita por uma equipa médica do hospital e o seu custo, pelo que fomos informados, ronda os 20 mil escudos. Mas a questão é que ela trabalha no hospital. Infelizmente, nos últimos tempos somos obrigados a pagar como qualquer utente. Temos casos de serventes a receber 13 mil escudos e que também são obrigados a pagar as cirurgias. É desumano.”

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Confrontada, a direcção do HBS nega que a cirurgia a que a enfermeira devia ser submetida não tenha sido realizada ou que tenha havido qualquer ordem de suspensão. Nega também que a suposta suspensão tenha sido determinada pela administradora. “O que aconteceu foi que a enfermeira em questão, depois de numa conversa com a administradora ter sido devidamente informada sobre a necessidade de pagamento antecipado de uma taxa, a exemplo do que acontece com qualquer utente, funcionário ou não, compareceu para ser submetido a cirurgia, sem ter cumprido com essa exigência”

Diante desta situação, prossegue, a administradora do hospital mandou transmitir-lhe que deveria proceder ao pagamento, em conformidade com a conversa anteriormente havida entre as duas. “De imediato, a enfermeira foi aos serviços administrativos, tendo procedido ao pagamento, da totalidade do valor da taxa, o que antes ela havia prometido fazer em prestações e que havia sido aceite. No próprio dia realizou-se e com sucesso a cirurgia”, esclarece

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A direcção do Hospital Baptista de Sousa admite, no entanto, que em determinadas situações, os profissionais estão isentos do pagamento das taxas moderadoras. Porém, não nas cirurgias diferenciadas, como era o caso, que implicam uma técnica que antes não existia no Hospital e que começa agora a ser implementada e com sucesso e cujo valor exige que se cobre uma taxa. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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