A Enapor repudiou em comunicado qualquer “vã tentativa” de responsabilização da empresa em relação às obras de drenagem das águas fluviais na praia da Lajinha. Numa nota enviada à imprensa, mas publicada no website da empresa em Agosto, a administração frisa que nunca foi sua responsabilidade cuidar da água das chuvas e nem gerir as praias do arquipélago.
Conforme faz notar, Lajinha encontra-se fora da área de jurisdição portuária, logo longe da alçada da empresa, e, além disso, a obra ali executada pertence à Câmara de S. Vicente, tendo a Enapor apenas financiado parte do projecto. “Mais informamos que a Enapor sempre cooperou com as municipalidades cabo-verdianas na realização de iniciativas socioculturais ou programas de requalificação urbana, sendo a expansão e restauração da praia da Lajinha um bom exemplo”, diz a nota da Enapor, que faz questão ainda de realçar que o seu compromisso com a segurança e o ambiente terrestre e marinho é total e incondicional, pelo que tudo continuará a fazer para colaborar com todos os parceiros, “imbuídos de boa-fé e na busca de soluções construtivas”.
O posicionamento da empresa, como fica claro na nota, surgiu depois de ser confrontada publicamente com “várias declarações avulsas e infundadas” sobre as recentes obras de correcção das águas pluviais nessa praia citadina e que têm despoletado várias críticas, nomeadamente por parte do grupo de ambientalistas defensor da preservação da enseada de coral. Como lembra a administração, a Enapor é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, cujo objecto principal é a administração, gestão e exploração dos portos de Cabo Verde, terminais e zonas de jurisdição portuária. “Não é e nem nunca foi responsabilidade da ENAPOR cuidar da água das chuvas nem gerir as praias do país”, refere a empresa, que faz questão de deixar claro que Lajinha encontra-se fora da área de jurisdição portuária, portanto fora da sua competência.
A Deus o que é de Deus, a César o que é de César.
Sou defensor da enseada de corais mas, o erro não foi cometido pela ENAPOR (financiadora da obra) mas sim, pela Câmara Municipal (dona da obra).