O impasse relativo a ligação do edifício da FAED à rede municipal de esgoto foi um dos pontos abordados ontem na sessão ordinária da Câmara de S. Vicente e, segundo António Duarte, após insistência dos vereadores do PAICV, o presidente Augusto Neves adiantou, resumidamente, que o problema já foi solucionado. “A única informação avançada pelo presidente, por causa da nossa insistência, por se tratar de um aspecto preocupante para a cidade do Mindelo, é que a questão está solucionada e que vai ser feita a ligação. No entanto, não precisou se será amanhã, daqui a semana ou dentro de um mês”, disse o porta-voz do PAICV em conferência de imprensa.
Segundo Duarte, esse problema precisa ser resolvido com a máxima urgência porque as consequências do depósito de águas negras na cave do prédio, com o cheiro característico e a proliferação de mosquitos, já não afecta apenas os usuários da faculdade. Na sua perspectiva, o caso tornou-se um perigo para a saúde pública.
Para este urbanista de profissão, está-se perante um problema meramente técnico, e não político. Entende que a demora na sua resolução vem aflorar o funcionamento da autarquia mindelense, que se consubstancia num adiar permanente da aplicação das soluções. “E as pessoas vão ficando à espera e a ilha prejudicada.”
Abordado pelo Mindelinsite para saber se a Faculdade de Educação e Desporto já foi informada pela edilidade do arranque previsto dos trabalhos da ligação, o Pro-reitor João Almeida respondeu negativamente. Das informações que dispõe, o serviço municipal não entrou ainda em contacto com a direção da FAED e deixou claro que a matéria é urgentíssima. Justifica que no dia 24 de julho está programado o juramento dos finalistas do Curso de Enfermagem justamente no edifício. Lembra que, ironicamente, a faculdade enfrenta um problema sanitário grave, que choca com uma formação ligada exactamente à área da saúde.
“De certa forma estamos perante um acto de incoerência da Câmara porque iniciamos um trabalho que já está meio caminho andado, mas que foi parado pela autarquia por falta de autorização para se rasgar o asfalto nessa zona. Ironicamente, hoje de manhã deparamo-nos com um corte total do asfalto numa estrada movimentada de Monte Sossego. São estes paradoxos que não entendemos”, comenta João Almeida, lembrando que a ausência da ligação da FAED ao esgoto já representa um perigo à saúde pública em S. Vicente.
