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DS de S. Vicente junta parceiros para traçar estratégias anti-vectorial antes das primeiras chuvas 

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A Delegacia de Saúde de São Vicente reuniu esta terça-feira vários parceiros  – Câmara Municipal, Ministério do Ambiente, Cruz Vermelha, Forças Armadas, instituições religiosas e líderes comunitários – para discutir estratégias para prevenir e mitigar o risco de propagação da dengue e de reintrodução do paludismo na ilha. A oportunidade será aproveitada para apresentar o Plano de Contingência e um estudo sobre o mosquito em S. Vicente. 

O encontro, de acordo com Elísio Silva, junta os atores que interferem diretamente no processo, incluindo a comunicação social, que é a principal responsável pela educação e divulgação das medidas preventivas à população. “Vamos também apresentar um estudo realizado em 2024 pelo Instituto de Saúde Pública, que retrata o nível de mosquitos em S. Vicente, e um levantamento feito pela própria Delegacia de Saúde para podermos saber onde e que tipos de mosquitos temos na ilha.”  

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Outro propósito, afirma, é formar equipas de voluntários, seguindo o mesmo modelo dos anos anteriores, para a luta anti-vetorial, ou seja, para a pulverização e divulgação de informações nas comunidades. Estas equipas terão nas suas fileiras militares e elementos da Cruz Vermelha, que vão apoiar ativamente a Delegacia na informação e combate aos mosquitos. “Queremos igualmente formar, nas comunidades e com apoio das ongs, jovens promotores de saúde na luta anti-vectorial e contra doenças transmitidas por mosquito, principalmente dengue e paludismo”, perspectiva o DS.

Tudo isso porque, defende Elísio Silva, a ilha de São Vicente e Cabo Verde de uma forma geral enfrentam neste momento uma ameaça real de retorno dessas duas doenças. Lembra, em jeito de exemplo, que no ano passado registaram casos de paludismo e de dengue nas ilhas pelo que, se quiserem implementar medidas, agora é o momento. “Temos de agir antes das primeiras chuvas. No ano passado tivemos casos de dengue em S. Vicente. Ou seja, temos ovos positivos que, em contacto com a água, podem reproduzir. Teremos mosquitos já contaminados a transmitir dengue.” 

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É neste sentido que a Delegacia de Saúde de S. Vicente espera ter, o mais breve possível, equipas multidisciplinares, integradas pelos vários parceiros, para atuar junto de possíveis criadouros de mosquitos para evitar os casos de dengue. Elísio Silva chama a atenção para algumas zonas de risco, caso de Campim e Dji d’Sal, que acumulam água em grande quantidade. Pede igualmente a atenção dos moradores das ribeiras, que amontoam lixo e água, sobretudo quando chove. 

A estes junta-se ainda os lugares de construção, casas abandonadas e os poços. “Temos um levantamento e visitamos com alguma frequência os bairros onde existem poços que não têm os cuidados necessários. Aliás, desde janeiro estamos no terreno na luta anti-vectorial, mas temos pouco pessoal”, desabafa Elísio Silva, que destaca o facto de a DS não cruzar os braços e ficar a lamentar. Ao contrário, decidiu procurar parceiros para uma luta mais abrangente. 

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O responsável de saúde pública na cidade do Mindelo justifica a falta de pessoal que se deve à demora no pagamento dos salários dos contratados. “Muitos dos contratados acabaram por afastar porque não foi efectuado o pagamento. Felizmente, a CMSV destacou-se como um parceiro fundamental. Disponibilizou alguns colaboradores e assumiu os salários de funcionários que trabalham nesta área”, sublinha. Por isso, concluiu, a necessidade de formar jovens nas comunidades para passarem mensagens à população sobre a luta anti-vectorial, encontrar e comunicar os focos de mosquitos para a desinfestação.

A Delegacia de Saúde pretende, igualmente, realizar uma campanha de limpeza em toda a ilha de S. Vicente, devendo os detalhes – data e a forma como vai acontecer – serem divulgados ainda antes das chuvas.   

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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