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“Diáspora Cultural”- Yaná Spencer distinguida com Menção Honrosa no concurso “Uma Aventura…Literária 2020”

A aluna cabo-verdiana Yaná Spencer, residente em Portugal desde os três meses de vida, foi distinguida com uma Menção Honrosa no concurso “Uma Aventura… Literária 2020”. De acordo com os responsáveis da “Editorial Caminho”, promotora do certame em que estiveram 14 mil trabalhos em concurso, esta aluna do 6º ano da Escola do Instituto dos Pupilos do Exército foi meritória na qualidade de texto original pela sua capacidade, criatividade e empenho. Yaná Spencer, 11 anos, tem sido destacada no IPE devido a sua capacidade de criar e escrever histórias. Encontra no pai Juliano Spencer um principal motivador. Este, que tem na mãe Ângela Cruz um suporte indescritível, visto ser um doente evacuado de Cabo Verde, desde os seus dezassete anos de idade. A entrevista da filha com o Mindelinsite, segundo Spencer, foi autorizada não por vaidade, mas apenas com o intuito de demostrar que os filhos dos cabo-verdianos em Portugal também fazem coisas boas, são criativos, estudiosos com valores e princípios, ao contrário do que mostra uma certa imprensa lusa.

Por: João A. do Rosário

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Mindel Insite – Yaná Spencer, uma aluna do Instituto Militar com apenas 11 anos e revela já uma aptidão pela escrita e a leitura. A prova é que recebeu uma Menção Honrosa pela sua participação no concurso “Uma Aventura Literária 2020”. Explica-nos como foi que recebeu este prémio, digamos assim?

Yaná Spencer – Eu pensava que era apenas mais um concurso do IPE (Instituto dos Pupilos do Exército) mas, quando recebi a mensagem da minha professora e o meu pai mostrou-me no Facebook, é que entendi exatamente o que eu tinha ganho e fiquei completamente surpresa e sem palavras para descrever a emoção que eu senti no momento. 

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MI – Embora muito novinha, a Yaná deve estar com a noção do significado desta Menção Honrosa num concurso em que participou milhares de pessoas?

YS – Significa muito para mim. É um incentivo para que possa continuar a ler muito mais e possa seguir na senda da boa inspiração de modo a estar apta a escrever histórias, contos, poemas e talvez mais tarde, quem sabe, escrever livros.

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MI – Tem feito outras coisas que têm sido referência na tua escola. Conta-nos como tem sido para ti escrever pequenas histórias temáticas, como a nível ambiental e outros?

YS – Tem sido muito interessante e divertido. Torna-se desafiante, pois tive de pesquisar muito para redigir algumas histórias. Com esta prática vou obtendo conhecimentos que podem vir a servir-me mais tarde. Inclusive já fiz alguns trabalhos sobre o ambiente, a poluição e a qualidade da água, que dão grande alento e regalo pesquisar e poder entender a realidade e ter a consciência da gravidade do problema que torna o nosso planeta doente. 

MI – Conversando com o teu pai ficamos a saber que gostas de ler muito e alguma literatura bastante sofisticada, ou seja demais para a tua idade. Como surgiu o gosto para a leitura?

YS – Desde pequenina que o meu pai compra-me livros e, à medida que fui crescendo, o meu amor pela leitura tem vindo a aumentar a cada dia que passa. Além disso, em todas as escolas onde estive até agora o incentivo é a base da leitura. Também não tenho um tipo de leitura fixo, gosto de variar bastante o que leio e cada um deles tem algo a acrescentar na minha vida.

“Mnininha d’Soncente”

MI – A Yaná costuma dizer que é “mnininha de Soncent”, explica-nos a tua história. Ou seja como podes te definir?

YS – Uma “menininha de Soncente” é uma pessoa com ambição, querer, poder, lutadora, que quer aprender, que quer saber mais, que quer evoluir e é assim que eu sou e eu tenho orgulho nisso.

MI – Como é que te sentes nessa escola e como é a relação com os teus professores?

YS – Sinto-me bem é uma escola que exige muito esforço. Somos todos camaradas, os professores são excelentes e bastante exigentes. Os alunos são premiados com medalhas permanecendo nos quadros de méritos em todo o ano letivo. Há medalhas de aplicação literária que têm a ver com as notas de cada semestre. Estas são a aplicação literária e física que é ligada à nota de Educação Física também com méritos escolares e desportivos e louvores atribuídos pelo comandante de compaínha.

Uma ‘menininha de Soncente’ é uma pessoa com ambição, querer, poder, lutadora, que quer aprender, que quer saber mais, que quer evoluir e é assim que eu sou e eu tenho orgulho nisso.

MI – Como vê este ano letivo, praticamente já passou, devido a situação de pandemia que vivemos?

YS – É bastante complicado porque não temos aquela ajuda que os professores nos dão na sala de aula. Inclusive nas aulas de Educação Visual a professora nos mostrava a maneira de fazer os trabalhos propostos e assim fica muito complicado. Foi muito diferente.

MI – Como aconselha as crianças da sua idade a se portarem perante a situação que estamos a viver tendo em conta a doença da Covid-19?

YS – Aconselho adultos e crianças que não devem entrar em pânico, mas também para não se desleixarem tomando as devidas medidas, como por exemplo o uso da mâscara – que deve sempre ser utilizada não só por adultos mas como por crianças – porque ainda estamos a viver uma situação de pandemia (ou seja uma doença ou vírus que está espalhada por todo o mundo). Que lavem bem e constantemente as mãos com água e sabão, que evitem sair de casa quando não for necessário. Desinfetem as mãos e mantenham a distância social. É muito difícil para nós crianças vivermos com uma situação destas, mas temos que ser obedientes.

Referências

O texto de Yaná Spencer que recebeu a Menção Honrosa tem o título de “Se eu estivesse no terramoto de 1755” e enquadrou-se no âmbito de um trabalho realizado no âmbito da disciplina de História e Geografia de Portugal. Irá receber, além do Diploma de Menção Honrosa, um livro oferta da promotora do certame. O concurso teve a participação de mais de 14 mil trabalhos. Yaná Spencer tem outros contos que já foram publicados na Revista do Instituto dos Pupilos do Exército, com destaque para o baseado nas histórias do Unicórnio e outro intitulado “Uma Aventura Moderna de Ulisses”.

 Este ano, a aluna foi ainda referência com mérito literário e de aptidão física atribuídos pelo Instituto dos Pupilos do Exército.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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