Quase metade dos 202 lotes disponíveis para construção privada na Quinta de Sant’Anna da IFH já foi adquirida por investidores residentes, empresas, promotores imobiliários e emigrantes e a previsão da empresa é que a primeira obra seja edificada nesse complexo ainda no decurso deste ano. A informação foi avançada ao Mindelinsite por José Miguel, presidente da IFH, à margem da inauguração dessa área infraestruturada com o tamanho de 8 hectares, localizada na berma da estrada que liga a Cidade do Mindelo à zona da Ribeira d’ Julião.
“Esta é uma área habitacional que irá consolidar-se rapidamente devido a sua localização e as condições existentes. E vemos isso pelos indicadores da procura constatados até ao momento”, prognostica o gestor da empresa pública de construção civil, que exprimiu a sua satisfação por esse investimento feito numa ilha com uma “forte cultura urbana”, facto que, diz, acabou por inspirar o projecto. “Para nós, Mindelo é uma cidade-museu sobretudo na sua zona histórica”, frisa.
O terreno, explica a fonte, foi adquirido pela IFH faz algum tempo e decidiu fazer um investimento de 300 mil contos com a infraestruturação. Para isso, a empresa teve que desmatar essa extensa área, antes repleta de árvores. Entretanto, o projecto, segundo José Miguel, mantém um forte pendor ambiental. Tanto assim que ontem o acto inaugural foi marcado com a plantação simbólica de árvores, numa ação desencadeada em parceria com a Câmara de S. Vicente. “O espaço dispõe de capacidade de tratamento de água da chuva através da canalização e estamos em harmonia com a natureza. A nossa política de sustentabilidade ambiental é essencial”, salienta o PCA da IFH.
Dotada dos serviços de saneamento e energia, zona verde, parque de estacionamento e iluminação com lâmpadas Led, a Quinta de Sant’Anna está preparada para receber habitações, serviços comerciais e equipamentos sociais – como uma placa desportiva e um jardim infantil. Uma tela em branco para receber novos lares e investimentos, como diz a empresa.
A inauguração aconteceu ontem à tarde num acto que contou com as presenças do Primeiro-ministro, o Presidente da Câmara de S. Vicente e a ministra das Infraestruturas. Como salientou Ulisses Correia e Silva, essa infraestrutura ficou bem localizada e vai certamente atrair a atenção tanto dos residentes como dos emigrantes, que, diz, costumam procurar esse tipo de condições para construírem com a devida comodidade. “Porque o processo de comercialização já começou, esperamos ter em breve a construção da primeira obra”, desejou o Chefe do Governo, acentuando, entretanto, que essa iniciativa visa satisfazer um “outro segmento”, ou seja, pessoas singulares e empresas com poder de compra.
O foco principal dos discursos tanto do autarca Augusto Neves como do Primeiro-ministro foi, entretanto, as intervenções de carácter social. Aliás, antes da inauguração, efectuaram visitas às zonas do Iraque e da Ribeira d’Julião, que estão a receber obras para construção de casas destinadas a famílias carenciadas.
Segundo Augusto Neves, a construção de casas sociais foi sempre a grande preocupação da CMSV, uma aposta que, na sua percepção, está a ser ganha. Relembra que foram construídas 88 residências em Portelinha e, na altura da inauguração, o Primeiro-ministro prometeu fazer o mesmo para a população de Iraque, processo já em curso. “Hoje iniciamos as obras para os moradores de Iraque, além da construção de habitações para a população de Ribeira d’ Julião, projecto que contempla espaço para crianças, jardim infantil, placa e outros equipamentos”, elencou Neves, referindo-se ao projecto de edificação de 54 casas no Iraque e de 236 outras na zona de Ribeira d’ Julião.
Na mesma linha de intervenção, Ulisses Correia e Silva realçou que essas ações fazem parte da política de habitação delineada pelo Governo para suprir as necessidades dos mais carenciados e permitir que possam viver em condições mais dignas. Acrescentou que já houve mais de 3.600 intervenções em habitações de 2017 a 2021, em parceria com as autarquias.