Um conjunto de 88 famílias da localidade de Portelinha, em S. Vicente, iniciou hoje uma nova etapa da sua vida com a inauguração do complexo habitacional construído pela cooperação chinesa. Esse momento foi concretizado esta manhã com a entrega simbólica da chave à ministra das Infraestruturas, tendo o Primeiro-ministro e o edil da CMSV apelado aos beneficiários para conservarem esse grande investimento financeiro e equipamento social. Como enfatizou Ulisses Correia e Silva, as casas são de qualidade e possibilitam uma habitabilidade condigna aos moradores. Além disso, o Chefe do Governo enfatizou que essas pessoas vão passar a viver em condomínio e diz esperar que isso ocorra num ambiente de amizade e tranquilidade.
Este projecto, frisa Ulisses Correia e Silva, surge inserido numa ambição maior, ou seja enquadrado no programa MAIS, lançado recentemente e que visa eliminar a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta em Cabo Verde. Outro foco do referido programa é possibilitar a criação de oportunidades para as famílias mais carenciadas, para que possam progredir e quebrar o ciclo de transmissão da pobreza dos pais para os filhos.
“Temos de fazer um esforço conjugado e reduzir as barracas. Agora, temos de assegurar que não venham a surgir mais e mais barracas. Fica mais difícil fazer fortes investimentos e continuarmos a ter a proliferação de novas barracas”, salientou o Chefe do Executivo, para quem é preciso haver uma resposta eficaz do Governo e das Câmaras Municipais no combate a essa problemática.
Ulisses Correia e Silva assegura que o Governo vai investir fortemente a partir deste ano na recuperação de moradias, construção de casas-de-banho, saneamento, energia, etc., com afectação de recursos do Fundo do Ambiente. Nessa caminhada, Ulisses Correia espera a parceria das autarquias, mas fundamentalmente das comunidades e dos bairros, pois o plano é combater a pobreza e dar mais espaço à educação.
Para o autarca Augusto Neves, o dia de hoje marca um momento histórico na localidade de Portelinha. Foi concretizado, nas suas palavras, o compromisso do Governo e da CMSV de se criar condições condignas de habitabilidade para as pessoas que viviam em barracas. Um projecto que, lembra, só foi possível ser concretizado com o apoio da cooperação chinesa.
“Trouxemos o Primeiro-ministro aqui para Portelinha e dissemos-lhe que tínhamos de resolver o problema da habitação. Nessa visita, o PM conversou com as pessoas e hoje estamos cá a inaugurar este grande complexo habitacional e que marca o início da cooperação chinesa com S. Vicente na área da habitação”, disse o presidente da CMSV.
Essa obra, segundo Neves, ajuda a reduzir o problema da habitação condigna em S. Vicente, ilha que tem um défice de cerca de 8.000 casas. Uma luta titânica, enfatiza o edil, mas que será possível vencer com a parceria entre a CMSV, o Governo e os países amigos. Enquanto isso, adiantou o autarca, a CMSV tem estado todos os dias a ajudar a reabilitar e a construir casas, com obras em curso em KM6, Passarão, Lazareto, Pedra Rolada, Ribeirinha, Bela Vista e previstas para arrancar na localidade de Chã de Alecrim.
Para o edil, quando se pensa na situação de Portelinha é normal fazer um paralelo com a zona do Iraque e também de outros bairros de S. Vicente. Para já, diz, Iraque vai também beneficiar de um empreendimento habitacional à medida do complexo da Portelinha.
O embaixador da China em Cabo Verde, Du Xiaocong, país financiador deste complexo habitacional em mais de um milhão de contos, fez a sua intervenção por videoconferência.