A Comissão Cívica para Valorização da Matiota ficou de apresentar até o final do mês de maio propostas para serem levadas em conta no projecto de requalificação do “tanquim” e dessa orla marítima situada perto dos estaleiros da Cabnave. Esse ponto ficou assente durante uma reunião realizada ontem com o Ministério do Mar e a Enapor, na sede desta empresa de administração portuária. Segundo António Silva, a comissão vai sistematizar as ideias já recolhidas sobre o que se pode fazer nessa zona e remeter um documento à Enapor e ao referido ministério.
Nesse encontro foram analiados vários aspectos, como, por exemplo, a conservação da vida marinha nessa enseada, a delimitação da área de intervenção das obras a serem executadas no âmbito da recuperação da Matiota e a metodologia de recrutamento de um gabinete de arquitectura, que pode ser por convite ou concurso público. “Lançamos um pedido de apresentação de ideias, recolhemos algumas, mas, para nós, é fundamental a participação popular nesse processo. Não devem ser os arquitectos e as autoridades a terem a primeira e última palavra sobre isso. Temos de dar oportunidade às pessoas para se pronunciarem, pelo que vamos continuar a recolher contributos”, salienta esse membro da comissão e um dos principais impulsionadores da recuperação da antiga piscina pública da Matiota.
A delimitação da zona de intervenção, segundo Silva, leva em conta a existência de um suposto projecto de construção de um condomínio no terrapleno próximo ao tanquim da Matiota, o que ele, pessoalmente, condena. Para ele, essa obra iria desvalorizar o sítio e tirar ao público o direito de acesso a uma zona balnear muito frequentada pelos mindelenses.
Aliás, Silva chama atenção para o facto de a terra dessa encosta cair na área do tanquim, pelo que defende a construção de um muro para conter esse fenómeno. Além disso acha que seria interessante enquadrar a antiga casa d’água da Electra no projecto, uma estrutura construída dentro do mar e que é muito usada pelos jovens para saltos.
A Comissão, informa António Silva, agendou para amanhã e sexta-feira uma conversa aberta, acompanhada de uma exposição, com alunos e professores da escola secundária Jorge Barbosa sobre a Matiota. A ideia é levar essa iniciativa às restantes escolas secundárias e dos ensinos básico e superior e também aos bairros da ilha de S. Vicente.