Pub.
Social
Tendência

Centro Social SOS do Mindelo na eminência de fechar creche e espaço de acolhimento de crianças em tempos livres

Pub.

O Centro Social SOS está na eminência de encerrar o espaço de Actividades de Tempos Livres e uma creche em S. Vicente – criados no âmbito do projecto Melhorando a situação das crianças da cidade do Mindelo através da capacitação parental e o empoderamento económico das famílias -, por falta de financiamento. Esta medida pode ser aplicada no mês de dezembro e afectar a rotina de 576 crianças de 200 famílias que diariamente usufruem deste serviço aberto em setembro de 2021 com a ajuda do Ministério da Cooperação Económica da Alemanha.

Perante esse cenário, Graça Gomes, responsável do Centro Social SOS de S. Vicente, tem procurado soluções e já tem uma alternativa em vista, mas que irá abranger parte das crianças. Como explica, o Centro ganhou um concurso lançado pelo ICCA para gestão de um espaço em Ribeirinha, com financiamento do Fundo Mais, o que vai permitir continuar o atendimento às crianças residentes nessa localidade e em Fonte Filipe.

Publicidade

“Por outro lado, a associação Alto de Bomba ganhou o concurso para gerir outro centro, que vai beneficiar crianças residentes em Monte Sossego, que serão acolhidas nesse espaço”, informa Graça Gomes, salientando que as crianças começarão a ser transferidas ainda em outubro. Faz questão de esclarecer, entretanto, que serão acolhidas as crianças do centro de Atividades Tempos Livres (ATL), ficando de fora as da creche, que são mais novas. “A situação das crianças da creche é mais preocupante”, frisa. Segundo Graça, se não conseguirem financiamento, os encargos com o jardim infantil vão recair sobre as famílias, que não têm rendimentos suficientes para o efeito. Por isso promete continuar a procurar apoio junto de parceiros.

O espaço Atividades de Tempos Livres, conforme a Aldeia SOS, marca a diferença na vida das crianças e suas famílias das comunidades de Monte Sossego, Fonte Filipe, Ribeira Bote e Ribeirinha, onde, segundo o Centro Social, recebem cuidados permanente e são tratadas com amor e ternura.  “O serviço permite que as famílias conciliem melhor as suas rotinas diárias e profissionais, sabendo que, para além dos seus filhos estarem em segurança, são envolvidos em atividades diversas e enriquecedoras. O espaço é um alicerce de apoio para criar uma rotina equilibrada e promove o bem-estar das crianças e consequentemente das famílias envolvidas”, refere a gestora do Centro Social SOS. Reforça que o mesmo dispõe de uma educadora para apoiar as crianças e conta com o apoio de voluntários de áreas diversas (artes, música, informática, desporto…).  Deste modo, acaba por desempenhar um papel importante na vida das crianças no que tange ao desenvolvimento social, cognitivo e emocional.

Publicidade

A dois meses do término do projeto, e perante a iminência de se fechar o serviço, uma mãe da comunidade de Ribeirinha, cujo filho frequenta o espaço há 2 anos, reconhece que o mesmo traz muitos benefícios para a sua família. Destaca que consegue trabalharcom mais tranquilidade e menos preocupações enquanto o filho fica ao cuidado do centro. Enfatiza que, além de beneficiar de uma refeição quente, o menino consegue organizar melhor os seus estudos e fazer todos os trabalhos escolares com o apoio da educadora, estando sempre em total segurança e na companhia de outras crianças.

Sublinha que, caso o espaço ATL fechar, a única solução será levar o filho para o trabalho, o que não facilitaria a sua vida de nenhum deles. Por isso espera continuar a contar com o apoio do Centro Social, pois, diz, a diferença é notável e gratificante.

Publicidade

Esta mãe salienta que, graças ao projeto, beneficiou de várias formações, incluindo uma que a capacitou para gerir melhor o relacionamento com o filho e a forma como o educa. Reconhece que a formação a ajudou a melhorar os seus conhecimentos, pois acreditava que a maneira como lidava com os filhos era a correta, mas, na verdade, nem sempre era a mais indicada.

Outra progenitora salienta que, com o projeto, recebeu muito apoio, especialmente em relação à sua filha que frequenta a creche. Afirma que a criança adquiriu aprendizagens significativas que a ajudarão no primeiro ano escolar, onde acabou de ingressar. Refere que não tinha condições para matricular a menor num jardim de infância, mas, através do Centro Social, pôde frequentar o pré-escolar.

Para esta mãe, o projeto teve um impacto significativo nas suas vidas, assim como na de outras crianças, que, de outra forma, iriam passar a maior parte do tempo a brincar na rua, sem frequentar o jardim de infância.

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo