O Centro Social SOS do Mindelo vai passar a gerir dois dos três novos centros de dia criados em S. Vicente pelo Governo através do Fundo Mais, destinados a crianças provenientes de famílias carenciadas, mais precisamente os instalados na Ribeirinha e Salamansa. Um terceiro espaço aberto em Monte Sossego estará sob a responsabilidade da Associação Alto de Bomba e todas as unidades ficarão sob a supervisão do ICCA, enquanto instituição representante do Estado.
As informações foram avançadas à imprensa pela Secretária de Estado Lídia Lima, durante um fórum promovido pela Aldeias SOS em S. Vicente, no âmbito do projecto “Melhorando a Situação das Crianças da Cidade do Mindelo, através da Capacitação Parental e o Empoderamento Económico das Famílias”. Conforme a governante, existe uma parceria com a Aldeias SOS a nível nacional, assinada entre o ICCA e a SOS de Santiago, no valor de 4.000 contos anuais para acolher crianças em situação de vulnerabilidade e agora a delegação de S. Vicente conseguiu um financiamento de mil contos ano para implementar o seu trabalho social com famílias vulneráveis.
“Estamos a criar novos centros de dia para alargarmos a nossa capacidade de resposta em matéria de proteção da infância, com o intuito de abranger o maior número possível de crianças”, revelou Lídia Lima, acentuando que o objectivo é desencadear um trabalho complementar com as associações comunitárias de forma a aumentar os impactos. Sublinha que o grande desafio existente neste momento é garantir a sustentabilidade e a continuidade das iniciativas.
A expectativa da Secretária de Estado de Inclusão Social é que todos os 11 centros abertos a nível nacional entrem em funcionamento até final de dezembro. Revelou ainda que o plano do Governo é criar mais espaços similares destinados a crianças até 2026, em todos os concelhos.
Durante o fórum realizado no Centro Social de Madeiralzim, Graça Gomes, responsável do Centro Social SOS do Mindelo, revelou dados que indicam que das 200 famílias abrangidas pelo projecto “Melhorando a Situação das Crianças da Cidade do Mindelo através da Capacitação Parental e o Empoderamento Económico das Famílias, cerca de 180 já têm acesso a rendimentos. Salientou que das duas centenas de agregados familiares, pelo menos 174 estão actualmente cientes dos direitos das crianças e trabalham para assegurar o bem-estar das mesmas.
O projecto, prossegue, permitiu assegurar o incentivo para a abertura de pequenos negócios, que beneficiaram 40 famílias. Houve ainda iniciativas que possibilitaram formar membros de 99 famílias em competências parentais e intervenções que permitiram sensibilizar núcleos familiares sobre os malefícios do uso abusivo do álcool e de outras drogas e sobre o relacionamento com os adolencentes.