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Beneficiária considera que programa da Aldeias SOS – Mindelo foi uma luz que abriu novas perspetivas para o agregado familiar 

Maria Nascimento fez o curso de transformação alimentar e quer abrir um negócio familiar.

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A peixeira Maria Nascimento garantiu ao Mindelinsite que o projeto – “Melhorando a situação das crianças da cidade do Mindelo através da capacitação parental e empoderamento económico das famílias”, gerido pelo Centro Social SOS do Mindelo, foi uma luz que abriu novas perspetivas para a sua família. Segundo esta educadora de 58 anos, responsável por um núcleo familiar composto por 12 pessoas, depois de fazer uma formação em transformação alimentar, já está pronta para abrir um negócio em casa e empregar membros da sua família. Assume que o desafio será difícil no início, mas promete batalhar e fazer as coisas darem certo. 

“Aguardo apenas a matéria-prima para passar a produzir produtos caseiros como hambúrguer e chouriço”, especifica essa mãe moradora em Monte Sossego, que tem sete crianças sob a sua responsabilidade. Maria Nascimento acrescenta que antes costumava vender peixe, mas agora o seu horizonte tornou-se mais amplo. 

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Esta avó conta que foi abordada por uma técnica do Centro SOS numa altura em que mais precisava de um apoio institucional. “Acabara de sofrer uma queimadura e não podia trabalhar”, recorda. Desde esse dia, diz, nunca deixou de ser apoiada e incentivada pelas assistentes sociais do Centro Social SOS Mindelo. Isto porque, enfatiza, das 12 pessoas que constituem o agregado familiar sete são crianças. “E as crianças são o foco central do programa”, sublinha. 

Maria Nascimento reside em Monte Sossego, uma das quatro localidades da ilha de S. Vicente que fazem parte do programa de Reforço Familiar Mindelo. No total são 60 agregados estabelecidos nas zonas de Alto Bomba, Trás d’Cemitério e Cavoco Vermelho e que integram 193 crianças. Para auxiliar as crianças, o projeto envolve associações comunitárias existentes nessas localidades (Ribeirinha, Ribeira Bote, Monte Sossego e Fonte Filipe), cujas sedes são melhor preparadas para cumprirem a missão.  

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No caso de Monte Sossego, a escolha recaiu na associação comunitária Alt Bomba Unide, que, segundo o responsável Aldevino Fortes, foi integrada no programa pela dinâmica demonstrada desde a sua criação há mais de um ano. A direção aceitou o desafio pelos benefícios para os moradores da zona de Alto Bomba. “Este projeto permitiu-nos dar um salto e reforçar as nossas competências. Recebemos secretárias, computadores, colunas de som, livros, materiais de limpeza e equipamentos desportivos”, elenca. Com este reforço foi possível capacitar algumas famílias para implementarem os seus próprios negócios com o apoio de microcréditos. Outra vertente do programa elogiada por Aldevino Fortes é a bolsa de troca virtual, que permite a oferta de serviços/produtos entre membros da comunidade sem o recurso ao dinheiro. A bolsa começou a funcionar em Alto Bomba na semana passada com a troca de serviços entre 3 famílias. 

Associação Alt Bomba Unid

Criada na sequência do projecto “Outros bairros”, a associação Alt Bomba Unid tem feito feiras de saúde, campanhas de castração de animais, plantação de canteiros, limpeza de aqueduto, angariação de kits escolares, actividades desportivas e culturais, distribuição de roupas e cestas básicas… 

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Sessenta famílias, que integram 193 crianças, constituem o público-alvo do programa gerido pelo Centro Social SOS de Mindelo nas zonas de Alto Bomba, Cavoco Vermelho e Trás d’Cemitério, pertencentes à localidade de Monte Sossego. Apenas dois dos agregados são chefiados por homens. 

No ano passado, segundo a assistente-social Noémia Lopes, membros dessas famílias receberam curso em transformação alimentar, produção de sabão e em competências parentais. Isto porque o projeto casa o empoderamento económico com a educação familiar, de modo a melhorar o relacionamento entre pais e filhos. Além disso realizaram workshops sobre temas como a responsabilização parental, o uso abusivo do álcool e outras drogas, violência baseada no género e direitos das crianças. Adicionalmente, às famílias interessadas em abrir um ramo de negócio o programa faculta-lhes uma formação complementar em gestão e marketing digital e podem beneficiar de um microcrédito. 

Para esta responsável pela comunidade de Monte Sossego abrangido pelo programa, o impacto das intervenções feitas até agora é visivelmente positivo. Enfatiza que as famílias beneficiadas são dirigidas na sua maioria por mães solteiras, que mudaram a sua postura no relacionamento com os filhos menores. A técnica do Centro Social SOS Mindelo relembra que todas as educandas tiveram que reforçar as suas competências parentais e, diz, o resultado tem sido benéfico para o ambiente familiar.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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