A Associação União-Caboverdeana de Napoles, Itália, enviou um donativo constituído por materiais escolares, vestuários, fraldas para idosos, de entre outros produtos, para a sua congénere Associação Amigos de Ribeira de Passarão. A encomenda, que chegou no passado mês de Abril, tinha como destinatário a comunidade de Passarão.
Em conversa com Mindelinsite, a presidente desta Associação União-Caboverdeana, Marilena Rocha, explicou que o donativo resultou de uma recolha feita por voluntários desta associação em actividades culturais. No total, foram enviados para S. Vicente cerca de 1.746 unidades, entre fraldas para idosos, roupas infantis e materiais escolares. “Quisemos fazer chegar estes produtos aos que mais precisam. Foi uma recolha feita em Nápoles, onde há um número elevado de cabo-verdianos, logo a seguir a Roma. Somos cerca de 1.500 crioulos aqui, muitos dos quais são membros da nossa associação “União-Caboverdeana””, informa.
Segundo esta cabo-verdiana, apesar das dificuldades devido a pandemia da Covid-19, conseguiram mobilizar este grande donativo, que foi canalizado para pessoas individuais, famílias, para a Associação Amigos de Ribeira de Passarão e uma pequena parte foi enviada também para a Organização de Mulheres de Cabo Verde. Também enviamos uma pequena quantidade para a Câmara de S. Vicente e para Etelvina Teque, voluntária e membro do grupo carnavalesco Estrelas do Mar.”
Como condição, prossegue, exigi apenas que não fossem divulgadas fotografias das pessoas contempladas por forma a evitar uma exposição desnecessária. “É importante preservar a privacidade das pessoas. Não queremos nenhuma especulação e nem explorar a imagem das pessoas. Acredito que a caridade deve sempre ser monitora e respeitada, porque quem recebe se encontra em estado de grande fragilidade social”, assevera esta activista e também líder sindical.
Apesar de pouco conhecida aqui em Cabo Verde, a Associação União-Caboverdeanaexiste há mais de 19 anos, facto que Marilena atribui principalmente a pouca actividade nas redes sociais. Garante que promovem muitas actividades culturais por forma a manter uma ponte forte e solida com a cultura de Cabo Verde. Os membros são, essencialmente, das ilhas de São Vicente e Santo Antão, mas têm associados também de Boa Vista, São Nicolau e Sal.
Jornalista de profissão a trabalhar na Televisão e na Web em um programa denominado “Italiani”, Marilena Rocha se apresenta como a primeira mulher da segunda geração de cabo-verdianos em Itália membro a chegar a presidência de uma organização voltada para a imigração na sua região de residência, no caso em Nápoles.
Esta cabo-verdiana acredita que o trabalho que a sua associação vem realizando pode servir de estimulo para outras organizações similares, sobretudo no exterior e que precisam de alguma orientação ou ainda não tem claro um conceito ou contexto. “Somos muitos que amam e pensam em Cabo Verde, mesmo estando longe”, finaliza.