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Alunos do 8º ano da Escola Salesiana fazem manifestação para exigir divulgação das notas do 2º trimestre

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Alunos do 8º da Escola Salesiana de Artes e Ofícios realizaram na manhã desta sexta-feira uma manifestação espontânea pelas principais artérias da Cidade do Mindelo para exigir a disponibilização das notas do segundo trimestre nas disciplinas de matemática e física. Dizem concordar com as reivindicações dos professores, mas precisam conhecer as suas notas para saber se precisam aplicar mais nos estudos no terceiro trimestre por forma a transitarem de ano.

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Sem qualquer proteção policial, os estudantes percorreram as principais ruas do centro urbano, sendo acompanhados apenas por colegas finalistas, que tentavam garantir a sua segurança. Igor Fonseca, presidente da Comissão de Finalistas da ESAO, explicou que os alunos do 8º ano estão com as notas congeladas em duas disciplinas. “Estão aqui a exigir que as suas notas sejam disponibilizadas. Iniciamos agora o terceiro trimestre lectivo e desconhecem a sua situação em termos de aproveitamento escolar. Por isso, decidiram sair à rua para denunciar e exigir que a situação seja normalizada.”

Segundo o entrevistado, os alunos entendem as reivindicações dos professores, principalmente porque foram informados de que um dos docentes que decidiu congelar as notas está com o salário em atraso. “É uma situação complicada porque sabemos que o trabalho dos professores não é fácil. Têm muitas turmas, na sua maioria com 30 ou mais alunos, que não são fáceis de aturar. Estamos solidários com eles, mas os alunos precisam das notas. Este é um trimestre decisivo e ainda não sabem se precisam se aplicar mais nos seus estudos. No caso da matemática, é uma disciplina nuclear, base de tudo.” 

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Confrontado por Mindelinsite, o Secretário Executivo Regional do Sindep diz que estão a acompanhar a situação, mas esta é uma questão que tem de ser resolvida entre as escolas e os professores.“Sabemos que o Ministério da Educação já fixou um prazo até o dia 15 de maio para que os professores coloquem as notas no sistema. No caso do Sindep, desde sempre dissemos que não aconselhamos essa medida porque tem implicações, conforme os pareceres jurídicos. Mas, as pessoas que querem fazer a sua luta de forma consciente, terão apoio do sindicato,” sublinhou Nelson Cardoso.

Questionado sobre as escolas onde alguns professores decidiram congelar as notas, este garantiu que estão localizados na sua maioria na ilha de Santiago. “Em São Vicente temos alguns casos. Por exemplo, pelas informações que conseguimos apurar, há seis professores que não disponibilizaram as notas do segundo trimestre, dois deles nos Salesianos e um na Escola Secundária Jorge Barbosa. São na sua maioria afectos a outros sindicatos. Destes, um ou dois estão filiados no Sindep.”

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Entretanto, diz este dirigente, o Sindep já agendou uma manifestação dos profissionais do ensino para 23 de abril, Dia Nacional dos Professores, como forma de marcar esta data, mas também para conscientizar os docentes e o Governo sobre a real situação da classe. “Estamos a exigir respostas da parte do Governo sobre muitas questões e também a levar os professores a transmitir os seus sentimentos para a sociedade cabo-verdiana. Isto porque o Governo tem vindo a jogar com a questão do 36% do aumento salarial, mas o que os docentes querem é mais dignidade e tratamento correto por parte da tutela”

De recordar que, há cerca de uma semana, os alunos de escolas secundárias da Cidade da Praia protagonizaram uma manifestação pacífica pela publicação das notas e melhorias no sistema de ensino. Os discentes afirmaram que o protesto visava também apoiar os professores na luta pelos seus legítimos direitos.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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