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Alcides Graça denuncia situações “graves” e “até criminosas” nas encostas de SV devido a “política eleitoralista” da CMSV

O líder regional do PAICV em S. Vicente visitou várias zonas periféricas da cidade do Mindelo e, segundo Alcides Graça, constatou uma série de situações graves e “até criminosas” para famílias residentes fundamentalmente em casas construídas nas encostas e no caminho da água das chuvas. Para Graça, o quadro revela a falta de planificação territorial da Câmara de S. Vicente, cujo presidente, diz, tem seguido e incentivado a construção tanto nas rochas como nas ribeiras, sem se preocupar com a segurança dos munícipes. 

Da volta que deu por S. Vicente, logo após a primeira chuva, Alcides Graça passou por Madeiralzim, Lombo Tanque, Pedra Rolada, Fernando Pó, Ribeirinha, etc. e assegura que encontrou cenários preocupantes em todas as localidades. No entanto, a seu ver, a situação mais ilustrativa do descaso da autarquia mindelense está patente em Madeiralzim, onde a CMSV autorizou a construção de um edifício que pura e simplesmente tapou uma pequena casa e criou um perigo eminente para uma família. Como é fácil reparar, o novo edifício ficou encostado na esquina de uma antiga casa, criou um beco fechado que fere claramente toda a lógica do urbanismo. 

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Segundo a inquilina Alcídia Monteiro, a casa foi das primeiras construídas nessa zona pelo seu pai, acabou por ficar desalinhada com as outras construções, mas agora a situação ficou insustentável. Quando chove, conta, a água desce da encosta, cria uma poça porque não tem escoamento, sobe de nível e acaba por desaguar para dentro da sua residência. Por conta disso, diz, tem medo da chuva porque já sabe o que a espera.

Segundo Alcides Graça, há situações graves e até criminosas espalhadas pela periferia de S. Vicente muitas delas fruto da estratégia do edil Augusto Neves de atribuir lotes nas ribeiras e encostas para se perpectuar no poder. “A CMSV tem uma gestão de solo meramente eleitoralista, feita em função dos interesses do presidente. Este não se preocupa com a segurança das pessoas. Nas eleições de 2016 usou essa estratégia de oferta desenfreada de terrenos e está a fazer isso de novo neste período de pré-campanha”, denuncia Alcides Graça, que defende a atribuição de lotes às famílias carenciadas de acordo com uma gestão correcta dos solos. Na sua óptica, a edilidade deveria dar lotes a pessoas pobres nas planícies e não nas encostas, onde o terreno é mais duro, a obra fica mais cara e exige medidas suplementares de segurança, que ultrapassam a capacidade financeira dos beneficiados.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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