O dia 27 de março, dedicado à Mulher Cabo-verdiana, deveria ser feriado nacional e alcançar outros propósitos, na perspectiva do Observatório da Cidadania Activa. Para esta organização, a data seria também atribuída à celebração da Mulher na Diáspora, “uma forma de homenagear as mães cabo-verdianas que no país e na emigração tudo fizeram e fazem para cuidar da família e ajudar nas mais diversas etapas de desenvolvimento de Cabo Verde.
O referido observatório considera que esse feriado nacional poderia ser dedicado igualmente à memória das vítimas da violência baseada no género e de tantas outras formas de discriminação. Acrescenta que a efeméride serviria como marco para celebrar as diversas conquistas e encarar com mais garra os desafios da sociedade cabo-verdiana, por exemplo no empoderamento, na paridade de género e por uma maior justiça social. A data poderia também marcar, na lógica dessa organização, o comprometimento dos homens e das mulheres com uma sociedade mais equilibrada, justa, próspera e firme no combate à pobreza.
O Observatório admite que a proposta possa dividir opiniões e que algumas mulheres possam vir a discordar. “Alguém pode até dizer que ela é discriminatória, mas fica o debate construtivo aberto para quem quer, aqui e/ou em outros espaços de diálogo, exercitar a sua cidadania”, assume a direção da instituição, cuja sede fica na cidade do Mindelo.