O próximo circuito nacional de natação em águas abertas terá seis etapas e irá decorrer em cinco ilhas. Esta aposta foi anunciada hoje pela organização na praia da Lajinha, ainda antes de cair o pano sobre a terceira e última etapa da primeira edição de “Volta a Djêu.CV”, prova que envolveu três ilhas: Boa Vista, Santiago e S. Vicente. Segundo Jandir Leite, a competição terá em 2026 etapas em S. Vicente, Boa Vista, Sal, Maio e duas em Santiago, nomeadamente na cidade da Praia e Tarrafal.
Sobre a fase realizada esta manhã na Lajinha, Leite assume que foi uma festa da natação e dos desportos náuticos em águas abertas. “As imagens falam por si. Este primeiro circuito nacional superou as nossas expectativas”, afirma, para depois enaltecer a participação dos atletas dos escalões master, veteranos e juvenis em masculino e feminino. Das três etapas, a disputada em S. Vicente, segundo este porta-voz da organização, foi a mais concorrida, com 32 inscritos, incluindo atletas internacionais.

Esta primeira edição foi dedicada aos 50 anos da independência e teve como madrinha a eterna e apaixonada nadadora Paula Soares, professora e a única mulher a integrar o primeiro grupo que ousou fazer a travessia a nado entre Lajinha e Djêu há 11 anos. “Éramos 9 pessoas, 8 homens e 1 mulher. Fomos apenas nós, o nosso corpo, movidos pela nossa paixão pelo mar. Não tínhamos nada deste excelente aparato logístico e de segurança que agora existe”, recorda Paulinha, 48 anos, que ficou agradecida e emocionada com o reconhecimento.
Paulinha, que ensinou natação a crianças e tornou-se na primeira mulher salva-vidas em Cabo Verde, caiu ao mar com os competidores na praia da Lajinha, mas foi algo simbólico para registar esse momento que, admite, irá ficar para sempre na sua memória.