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Previsão de chuva leva Proteção Civil a acelerar evacuação de pessoas das zonas de maior risco em S. Vicente para abrigos seguros

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Equipas de proteção civil vão proceder ao longo do dia de hoje à evacuação de dezenas de pessoas das zonas consideradas de maior risco de deslizamento, tendo em conta a previsão da queda de mais chuva nos próximos dias. Segundo a comandante Vitória Veríssimo, foram identificadas famílias residentes em locais como Cruz de Papa, Vila Nova e São Paulo, que serão encaminhadas para abrigos seguros na cidade do Mindelo como medida preventiva.

“As equipas estão no terreno não só a proceder à evacuação, mas também a fazer reconhecimentos e identificação”, reforçou a porta-voz do Gabinete de Crise durante uma conferência de imprensa convocada para se fazer o ponto de situação da crise existente neste momento em S. Vicente, ilha que foi afectada por chuva torrencial na madrugada de segunda-feira. Vitória Veríssimo adiantou que as pessoas que precisarem de abrigo devem contactar a Cruz Vermelha e a Câmara de S. Vicente. Assegurou ainda que solicitaram à CV Telecom para activar a linha de emergência 8001112, que foi usada durante a pandemia da Covid.

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Tendo em vista a previsão de chuva, outra prioridade, conforme a citada fonte, é acelerar a limpeza da avenida 12 de setembro, a rua que mais água pluvial e entulhos das ribeiras recebe na cidade do Mindelo. A responsável do Serviço Nacional da Protecção Civil em S. Vicente explica que o sistema de drenagem ficou sobrecarregado com o acúmulo de detritos e lama, pelo que militares estão a desobstruir os canais para permitir o escoamento da água.

Para aumentar a capacidade de resposta das equipas no terreno, as Forças Armadas e  Polícia Nacional destacaram mais efectivos, que estão a ser distribuídos pela ilha para fazer o desassoreamento das vias de circulação, com o apoio de máquinas. Neste momento, 180 soldados estão activos, contingente que irá receber, entretanto, o reforço de 56 militares da Marinha portuguesa, que chegaram esta manhã ao Porto Grande no navio Sines. Esta unidade vai disponibilizar mergulhadores especializados para reforçarem as buscas da Guarda Costeira no mar – que se encontra lamacento -, médicos, electricistas, mecânicos, manobradores de drones… Está prevista esta manhã uma reunião entre o comandante do navio e o Gabinete de Crise para acertarem as operações de emergência. A unidade da Marinha portuguesa deve ficar 15 dias em S. Vicente.

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A nível nacional, a Câmara do Sal destacou 4 bombeiros municipais para auxiliar os colegas do Comando de S. Vicente e da ilha de Santo Antão chegou um grupo de 100 voluntários, prontos a trabalhar sob a coordenação da proteção civil na limpeza e noutras tarefas.

Uma das grandes preocupações do Gabinete de Crise tem a ver com a reposição do fornecimento de água à população. As enxurradas danificaram equipamentos da Electra, que ficou impossibilitada de captar água do mar para dessalinização. No entanto, a empresa comunicou ao serviço da proteção civil que prevê iniciar a produção na próxima terça e começar a distribuição faseada de água na quarta.

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O balanço até hoje aponta para o registo de 9 vítimas mortais. Os dados indicam que 8 pessoas morreram em consequência directa da enxurrada e uma nona foi electrocutada. Da lista de mortos consta o óbito de um homem que estava dado como desaparecido na zona de Km6 e cujo cadáver foi encontrado perto do campo de golfe. Uma senhora que se encontrava desaparecida foi, entretanto, encontrada viva. Resta, no entanto, descobrir o paradeiro de mais uma pessoa.

Neste momento, 22 pessoas estão realojadas na escola de Monte Sossego e 19 no Centro de Estágio. Segundo Veríssimo, tem chegado vários donativos, que precisam ser armazenados em locais protegidos, e enalteceu o trabalho que está a ser desenvolvidos pelas associações comunitárias durante esta crise.

A referida fonte garantiu que o Gabinete de Crise, que preside, vai passar a fazer o ponto de situação todos os dias e esclareceu que o gabinete não é uma estrutura física com técnicos a trabalhar, mas sim um mecanismo que incorpora vários serviços que comportam o serviço de proteção civil como a Câmara Municipal, a Polícia Nacional, as Forças Armadas, a Cruz Vermelha, a Delegacia de Saúde, o Serviço Nacional de Proteção Civil. É a junção de forças que trabalham de forma coordenada.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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