Por Priscilla Rocha
Para alguns é apenas um livro; para outros, um capricho, para mim, uma história de vitória e acima de tudo amor (…)
Dias, noites, tardes, madrugadas de dedicação extrema, viagens cansativas, uma gravidez complicada (…) e como a vida flui, cada letra nestas quase 400 páginas foram escritas em meio a cuidados intensos, idas e vindas ao hospital e depois choros, banho, trocas de fralda, papinhas, sorrisos de um ser humano crescendo juntamente com uma dissertação de mestrado…
Tenho orgulho deste Escritor – Pesquisador – Professor, um ser humano iluminado, mesmo a tanta turbulência nunca nos desamparou, em meio as minhas angústias, você estava lá sempre atento, me cuidando, protegendo…
Quando Cecilia Milagros chegou não foi fácil para mim, nem banho eu conseguia dar, e, para quem quiser julgar-me (não me importo), nem o choro dela eu conseguia ouvir de madrugada, era você que acordava, e zelava por ela enquanto eu dormia…
Confesso que tinha pânico nos dias em que você precisava ir a São Paulo e ficava nervosa em pensar como seria dar banho nela ou como seria minha noite sem ter você para acordar e cuidar da nossa Ceci Milagros; eu tinha medo de fazer algo errado (…) como no dia que eu fui vesti-la depois que você deu banho e eu, ao pôr aquela roupinha que hoje ela usa na boneca, e que para a boneca fica apertada, eu amassei a cabecinha dela e gritei saindo chorando (… ) você foi ao quarto, me olhou e falou calmamente que eu não tinha machucado ela, e depois me confortou com um forte abraço…
Olho, pego este livro e as lembranças fluem: como você escrevia no laptop no quarto, colocava na cama dela para que ela ficasse bem e tivesse conforto, não importando que suas costas ficassem em frangalhos, pois sentava no chão sem apoio; chegava de viagem, sem dormir e, como não tínhamos ajuda, passava o dia com ela, enquanto eu estava fora…
Imagino seus pensamentos com um tema tão complexo e que, uma simples leitura não nos deixa ilesos, nos fazendo repensar nossa condição de ser humano falível e contraditório em meio às nossas misérias e grandezas… não apenas a nossa Cecília Milagros cresceu, sua dissertação trouxe à tona as nossas próprias misérias, as minhas misérias, um vendaval em nosso relacionamento enquanto casal, muitas discussões, algumas brigas, mas seu bom-senso e amor, sua tentativa constante de me entender e mostrar-me uma outra forma de pensar, ou quiça não só ver uma forma mas de ver, analisar em várias formas determinadas ações, situações… aprendi totalmente a suspender minhas opiniões, ouvir, sentir, analisar para depois ter alguma opinião, o famoso “suspender o juízo” (…) não foi ou é fácil, mas me sinto um ser humano melhor (…)
Não apenas Cecília Milagros cresceu, nós crescemos, evoluímos, não somos perfeitos, nunca seremos, mas ao menos temos consciência de quão pequenos somos, isso nos dá oportunidade para aprender, e muitas vezes reaprender…
Este livro tem como tema o pensamento filosófico de Blaise Pascal em suas vertentes: religião, ciência (…), mas, no meu cérebro e coração, este livro tem toda uma história; até chegar a um exemplar palpável é uma história de construção diária de um casal, uma gravidez extremamente desejada e repleta de inseguranças, momentos de dores inenarráveis, problemas incontáveis, erros, aprendizados constantes, choros, sorrisos, a história do não desistir e continuar lutando mesmo que todos (e muitos assim pensaram, alguns falaram) que não ia conseguir; este livro é a superação e acima de tudo amor, amor de um pai para uma filha, um homem para uma mulher, e um homem sedento por conhecimento de si mesmo e para os outros, tentando o que até hoje não há uma exata descrição que ou se alguém conseguiu, um homem descobrir-se a si mesmo enquanto ser humano, em sua total miséria, ou sua sonhadora grandeza… um homem africano, negro dia-a-dia superando-se e escancarando que na África não há apenas desnutridinhos e sim seres humanos, com potências, mas que dia a dia são julgados por uma sociedade mestiça-hipócrita brasileira, que tem o espelho de identidade embaçado (por não se ver mestiça) e que nutre uma superioridade inexistente (hereditária do patriarcado) por ter nascido mais clarinho.
Este livro tem como alicerce sua capacidade intelectual, coragem, força, esperança, perseverança, fé e acima de tudo amor…
Tem como alicerce todos os preconceitos enfrentados, sofridos, humilhações, privações, olhares descrentes…
Tem como alicerce metas que foram alcançadas, mas essencialmente o alumbramento de descobrir que a caminhada foi continuamente de aprendizado diário, e saber que se tornou um ser humano melhor…
Tem como alicerce um casamento de dois seres humanos imperfeitos, e que se recusaram a desistir um do outro…
Tem como alicerce a nossa Cecília Milagros, que foi gerada, nasceu, cresceu enquanto as letras se juntavam durante as várias horas de digitação… sem falar horas a fio de leituras…
Este livro, por trás das mais de 400 páginas em seu rodapé, carrega uma história (…)
Este livro a quem puder manuseá-lo não encontrará escrito, mas é uma história de amor e superação.
E hoje, ao escrever estas linhas, veio-me a pergunta primordial: por que ler PARADOXOS DA CONDIÇÃO HUMANA? No mesmo átimo, respondo: para mesclar, confundir, juntar, prender, romper, entrelaçar-se a conhecimentos filosóficos e de profunda reflexão atual.
Este livro, apesar de denso, tem leveza na escrita, é exato em seus objetivos, consistente na argumentação, múltiplo em suas bibliografias, rápido e conciso em seus liames e intenso em sua compreensão.
Nos convida a viajar através de uma leitura agradável e enriquecedora através da filosofia, religião, política e ética que se entrelaçam em vários momentos, formando assim o PARADOXOS DA CONDIÇÃO HUMANA.
A perfectibilidade é um neologismo criado pelo filósofo, teórico da política e escritor Rousseau (1712-1778), para exprimir a capacidade que o homem possui de aperfeiçoar-se, e assim é Arlindo Rocha, um homem, meu marido, pai da Linda Inês e da Cecília Milagros, nascido em um remoto vilarejo, encravado entre altas montanhas, chamado Ribeira Alta na Ilha de Santo Antão, num país chamado Cabo Verde, no continente Africano, que dia-a-dia aperfeiçoa-se educacional, cultural, social, e espiritualmente, reconhecendo a sua posição no mundo e aprimorando cada vez mais sua relação com os outros, através da produção escrita filosófica, cultural, política e literária.
PARADOXOS DA CONDIÇÃO HUMANA deve ser lido, Arlindo Rocha, conhecido, pois reconhece suas misérias existenciais, e ao olhar e perguntar: O que é o homem? Com certeza ele responderá que é a construção, é o aperfeiçoar-se, é o mesclar-se, é o transcender-se, é a benção, a maldição, o nada, o meio é a compreensão, é a ambivalência, o buscar de suas raízes, da perfectibilidade e da melhoria de suas virtudes, grandezas, até a morte.
É ter Fé! É Amor fati!
PARA QUEM QUISER CONHECER O LIVRO:
#DIVULGUEM
#AMOR
#FÉ
#SUPERAÇÃO
#FILOSOFIA
#LEIAM
Priscilla Lundstedt Rocha
Coordenadora do Departamento de Educação para o Trânsito – NITTRANS – Prefeitura Municipal de Niterói. Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito. Possui graduação em Direito pela Univem- Centro Universitário Eurípedes de Marília, graduação em Filosofia pela UNESP, mestrado em Filosofia do Direito pela Freie Universität Berlin, FU-Berlin e mãe da Cecília Milagros.