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Sucessos! Cuidado!

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Por: Nelson Faria

Acho eu que ninguém no seu perfeito juízo e equilíbrio racional deseja mal ao Governo de Cabo Verde, repito: de Cabo Verde, portanto, de todos nós, mesmo que não tenha sido escolha unânime. Contudo, em democracia devemos respeitar as regras e a vontade da maioria. Cabendo igualmente ao Governo portar-se como tal: governo de um país, de todos, não de um partido e seus militantes, respeitando os cidadãos, o programa e as promessas eleitorais.

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Quem estiver imbuído de boa-fé deseja e faz o bem. Juntos, cidadãos e o governo, devem cooperar e seguir nesta linha, da boa-fé e do bem-comum. Com toda minha sinceridade, espero que o governo seja deveras efetivo, eficiente e eficaz sobre os desafios que nos assolam. São inúmeros e difíceis! Se acrescermos aos estruturantes, desde longa data, os da conjuntura que atravessamos, a qual desconhecemos quando e como terminará, é fácil concluir que a governação será exercida num ambiente nada favorável. Águas turbulentas requerem bons marinheiros… A ver se se confirma a segurança da caminhada prometida pelos feitos e pelas realizações do Governo ora indigitado.

Um governo excessivo que aparenta resposta ao partido e, se calhar, a outros intentos que não necessariamente os do país. Um governo que acarretará mais despesas, que contraria ideologias políticas da família de direita liberal, particularmente no seu conhecido cliché de “menos Estado”…

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Apesar de desejar sucessos ao governo, o que significará sucessos do país, não me inibe de ver o óbvio, o que todos veem e sabem interpretar. Um governo excessivo que aparenta resposta ao partido e, se calhar, a outros intentos que não necessariamente os do país. Um governo que acarretará mais despesas, que contraria ideologias políticas da família de direita liberal, particularmente no seu conhecido cliché de “menos Estado”, muito proclamado por muitos integrantes da atual estrutura governativa. Um governo que contraria uma necessária política de contenção de despesas, requerida no aparelho do Estado, demonstrando um paradoxo a acompanhar num tempo onde os recursos não abundam e os mais pobres tenderão a ser os mais afetados. A incoerência de pedir sacrifícios e não se sacrificar pode ser mal interpretada e levar a caminhos indesejados.

Outro registo, é uma aparente sobreposição de competências, naturalmente, vista para quem não conhece os meandros da distribuição de pelouros e dossiês, como é o meu caso. Portanto, algumas incongruências aliadas ao contexto incerto para desvendar com o andar desta carruagem.

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Para um reconhecimento positivo, o Governo terá de ser realmente eficaz (executar e realizar as promessas eleitorais); eficiente (ser eficaz conseguindo poupar recursos), o que, à partida não é; efetivo, com resultados visíveis e palpáveis durante e no final do mandato, sem demagogia ou autopromoção. Se no final das contas os benefícios da governação forem superiores aos custos, aplaudirei e o país saberá agradecer. Entretanto, se não forem, não será por falta de aviso e creio que será consequente.

Das prioridades indicadas: Combate à Covid-19 e à pobreza extrema, conto e aguardo ações desde já, que já deviam ser de ontem, caso contrário corremos o risco de entrarmos em situação calamitosa de saúde, de pão, de segurança e de paz social. Neste tempo, essas são, com certeza, as prioridades: saúde, combate às desigualdades, emprego e segurança. Que corra bem, a bem de todos nós.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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