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Sal, a gema preciosa

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Na história do mundo, o sal tem deixado o seu cunho como um alimento de grande valor comercial, culinário e até social. Geograficamente é uma ilha de Cabo Verde, ao largo da costa da África Ocidental. A este, Pedra de Lume é o local onde se encontra uma antiga mina de sal na cratera de um vulcão extinto, reconhecida pela sua água salgada considerada terapêutica.

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 Por: Paula Moita*

O sal há muito que é usado como forma de tratamento, sobretudo em pessoas com doenças respiratórias, de pele e mentais. São os chamados tratamentos de “haloterapia”, realizados em grutas ou minas de sal, onde se inalam pequenas partículas de sal. 

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Este tempero cobiçado por todos os povos do mundo tem várias cores, aspetos e finalidades terapêuticas, além do seu valor culinário e de classificação gourmet.

Na cosmética e na estética de corpo e rosto, o sal é um aliado para desintoxicar a pele e estimular a oxigenação celular, sobretudo se o sal for do mar morto. Há registos históricos que relatam o uso deste tipo de sal pela rainha Cleópatra, no ano 34. aC.

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Nestes relatos históricos conta-se que a rainha incentivou Marco António a conquistar as baixas regiões da Jordânia para que ela ordenasse a exploração deste mineral precioso para os seus tratamentos de beleza, devido ao seu poder desintoxicante, capaz de proporcionar o rejuvenescimento e maior beleza para a sua pele.

Se consumido em excesso, o sal pode estimular o organismo a desenvolver doenças como hipertensão, falência renal e retenção líquida, por falência do sistema linfático. 

No entanto, o sal é um elemento que contém propriedades vitais para a vida de todos os seres vivos. É um composto altamente solúvel, presente nas águas oceânicas na proporção média de 26g/L. Nos mares e lagoas a concentração de sal depende do equilíbrio entre fatores como aporte de águas doces de rios e evaporação, além da injeção de águas marinhas, o que modifica a salinidade. 

Esta combinação de minerais, se usada com sabedoria, torna-se um aliado da nossa saúde, além de servir para ativar e melhorar o sabor dos alimentos.

Há um hotel de sal na famosa salina Turda da Roménia, na Transilvânia, um dos lugares mais incríveis, onde existe uma das maiores cavernas de exploração de sal do mundo e na qual foi construído um parque temático.

Podemos classificar o sal da seguinte forma:

Sal Refinado de Cozinha, Sal light, Sal do Mar Morto, Sal Marinho, Flor de Sal, Sal Rosa do Himalaia, Sal Negro da India, Sal Vermelho do Havaí, Gersal, Sal Defumado, Sal Kosher e Sal Maldon.

Vou sugerir que usem a vossa curiosidade para irem à descoberta da identificação e utilização de cada uma destas variedades que enumerei. Eu vou apenas relatar três delas, usadas por mim após o seguimento terapêutico dos meus pacientes, quando realizo uma avaliação epigenética através do folículo do cabelo.

Quase sempre verifico que a maioria dos doentes tem falta de sódio, pois a sua redução pode ocasionar dores de cabeça, arritmia cardíaca, desidratação intensa, fraqueza muscular, vómitos e diarreias. 

O sódio é um componente de vital importância metabólica porque equilibra a quantidade de água no organismo, o que significa que o seu excesso no corpo aumenta a retenção de líquidos. 

Após várias pesquisas passei a usar em quase todas as consultas o Sal Rosa do Himalaia, Sal Negro da Índia e o Sal Vermelho do Havaí.

O sal rosa contém cerca de 80 minerais, sendo considerado um dos mais puros e de classificação terapêutica na prevenção de várias doenças do sistema autoimune. Contém cálcio, cobre, ferro magnésio, manganês e potássio, além de ter baixa concentração de sódio. Razão pela qual eu o utilizo e recomendo como um nutracêutico.

A maioria dos meus pacientes sai do consultório com um pequeno tubinho de sal, de uma destas três cores, para usarem debaixo da língua ao acordarem. Quando existe falta destes oligoelementos, a forma mais rápida e eficaz de fazer a sua reposição é utilizar o sal com estas propriedades. 

É na língua que começa a digestão, a nossa saliva contém imunoglobulina secretória (IgA), que age na proteção do organismo contra os vírus que invadem o trato respiratório e digestivo.

Ao associarmos as propriedades do sal no começo do dia, estamos a usar o poder do corpo como forma de prevenir e tratar uma série de doenças, ou seja, estamos a atualizar diariamente o nosso software antivírus. A razão da aplicação sublingual deve-se ao fator de rápida absorção, pelo contato dos capilares sanguíneos.

Por exemplo, uma pessoa do sexo feminino com grave edema linfático, em fase de menopausa, pode colocar três pequenas pedras de sal rosa do himalaia ao acordar debaixo da língua e poderá constatar, após sete dias, que há melhoras significativas no corpo porque reduzem os inchaços de pernas e pés. 

Além disso o sal alerta o corpo para a necessidade de consumo de água. 

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Um elemento vital na hidratação intra e extra-celular.

Sal Negro e Sal Vermelho do Havai

Sal Negro, oriundo da Índia, tem origem vulcânica e é de composição sulfúrica, rico em cloreto de potássio, ferro e enxofre. É perfeito para tratar transtornos gastrointestinais, sobretudo náuseas e também para aquelas pessoas que sofrem com acúmulo de gases. Este tipo de sal é um dos tratamentos usados pela medicina Ayurvédica desde há 5 mil anos e serve para pessoas de todas as idades tem ação laxante e auxilia no tratamento de estados depressivos.

sal vermelho do Havai também tem origem vulcânica. É composto por ferro em grande concentração, cerca de cinco vezes mais que qualquer outro tipo de sal. Este sal é rico em lamas (argila Alaea Rouge) vermelhas, que lhe dão um sabor diferente e levemente fresco. As suas propriedades são indicadas para tratar e prevenir doenças imunológicas, anemias, doenças dos ossos, sobretudo osteoporose e problemas de pele, como acne e edemas alérgicos.

A palavra salário deriva do latim “Salarium Argentum”, que eram as rações de sal dadas aos soldados romanos como forma de pagamento. Ao longo dos séculos da existência da humanidade o sal tem sido utilizado como forma de conservação da comida (carnes e peixes) e na mumificação dos corpos pelos egípcios.

Em 1930, Gandhi liderou o protesto ”Dandi Maroh”, onde o povo fez o seu próprio sal do mar, desafiando a lei britânica na aplicação dos impostos sobre o sal. Essa ação inspirou o movimento indiano de independência nacional.

Mas não esqueça, o sal a mais faz mal à sua saúde, por isso aconselho a consultar sempre um profissional que o possa orientar para que faça uso do melhor alimento para a sua vida. Consuma água de 2/2horas para nivelar a perda de líquidos ao longo do ciclo circadiano.

Diretora do Observatório da Saúde dos Povos e da USPE do Hospital St Louis de Lisboa

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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