Pub.
Opinião
Tendência

Não à NATO! Sim à paz

Pub.

Por: António Santos

“Não à Guerra! Paz sim! NATO não!” tem sido o slogan dos vários movimentos pacifistas que se têm manifestado um pouco por todo o mundo, incluindo os próprios EUA, contra a intensificação do militarismo e da retórica belicista da NATO, que, em nada, contribuem para a paz. No entanto, em Cabo Verde, e concretizando um antigo “sonho” do MpD que remonta a 2009, o Governo de Ulisses Correia pretende abrir as portas do arquipélago à instalação de bases estrangeiras no território. 

Publicidade

Nos últimos anos, Níger, Burkina Faso, Chade e Mali acabaram com a presença militar francesa nos seus países, como forma de afirmação da soberania nacional. Mais recentemente, a Costa do Marfim e o Senegal. Tudo em nome da sua soberania nacional frente ao antigo colonizador que, após as independências, manteve uma forte influência económica, política e militar na região. Mas, enquanto esses países Africanos estão a dizer não a bases militares, e a pedir para os franceses e, consequentemente a NATO, saírem e desocuparem as bases e assumindo plenamente a gestão da sua segurança nacional.

O nosso país, pelo contrário, está a chamar a NATO para o território porque está incluída na pseudo estratégia nacional de Defesa. Ninguém é contra a NATO, mas atualmente é pouco prudente alinharmos com a organização, uma vez que ela se tornou numa força agressora! Todos sabemos que, desde a sua fundação, a NATO tem servido os interesses da política dos Estados Unidos da América, do imperialismo, da hegemonia e da ingerência nas decisões dos povos.

Publicidade

Num contexto em que os trabalhadores cabo-verdianos estão confrontados com o desinvestimento nos serviços públicos, com ataques aos salários e sem ver os seus direitos garantidos, o Governo de Ulisses Correia prossegue uma estratégia de aumento dos gastos militares desviando para a guerra e a destruição o que tem de ser investido no progresso e justiça social.

Neste momento crítico, importa reafirmar a necessidade de um mundo de paz e solidariedade, reforçando a nossa exigência do fim da guerra, embargos e bloqueios, da violência e ingerência, da adoção de políticas de cooperação baseadas no respeito pela soberania dos povos, de acordo com a Constituição da República de Cabo Verde.

Publicidade

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo