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Opinião

Ilha do Sal – O Destino Parte VII: Turismo e o “trabalho” das Instituições Públicas

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Governo de Cabo Verde: Depois de dezenas de Fóruns, Reuniões, Passeatas, Paródias e Afins, de concreto ainda não chegou a nada (zero) realizado para a melhoria deste destino turístico, que, neste momento e segundo dados estatísticos, já recebeu mais de 70% (165.000 pessoas) do turismo para Cabo Verde. Isto representou 2,4 milhões de euros em taxas de dormida (2€/noite/pax), 5,0 milhões de euros em vistos (31€/pax) «contas referentes apenas ao período Julho à Setembro 2022» e sabe-se lá mais quanto indireto, via impostos sobre bens e serviços (incluindo as famosas taxas sobre combustível e ambiente). Mas continua a ser a Ilha com as piores estradas do país, em detrimento das ilhas privilegiadas por este Governo.

Por: Neusa Gonçalves

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– A Ministra das Infraestruturas, nem sei se já esteve na ilha, quanto mais para inaugurar alguma obra de relevância, deixando ao pobre coitado a sina de escapar diariamente da morte, ao percorrer estas estradas para trabalhar ou fazer negócios.

– O Ministro do Turismo, que trouxe o Ministério para a Ilha a fim de garantir os seus votos e enganar os desatentos, com uma casa vazia, e de nada tem valido a Ilha que tudo lhe deu. Até hoje ninguém viu o que ele fez para este destino, além das ditas paródias e de zero realizações.

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– O Ministro do Ambiente, que não gosta de Terra Boa como zona agrícola, mas também que nada faz para resolver a questão do lixo na Ilha, deixando aos doutorados em queima de lixo o trabalho de intoxicar constantemente as pessoas que estão na zona que vai do hospital ao aeroporto, e dando as boas vindas aos Turistas com o fumo do lixo e com o cheiro de maravilhoso de esgoto da Etar de Fátima.

– O Ministro da Cultura e do Mar, que continua metendo água igual aos barcos da CVI, em relação as Salinas de Pedra de Lume e a exposição cultural no Sal, pois desde da sua elevação a Ministro da Propaganda, este museu vivo só viu degradação e abandono, dando a um privado em bilhetes 2 milhões de euros/ano, e deixando a sua população num desanimo continuado e levando os seus filhos a abandonar o seu local de nascimento.

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– O Ministro da Educação, que não conseguiu construir uma única sala de aulas dentro do Liceu de Espargos, deixando vários alunos sem lugar e colocando muitos em risco ao desloca-los para 8/24, na estrada da Ilha com mais movimento de pesados. A Cidade de Espargos cresceu e muito e nenhuma escola primaria de raiz conseguiu dar até agora.

– O “Super” Ministro das Finanças que tem a Ilha como um cofre para poder realizar os seus Orçamentos de Estado gordos e de pouca valia para o Sal e Boa Vista, que em grande parte contribuem para arrecadação de impostos e taxas. Continua a criar expetativas aos jovens empresários que quase nunca veem a cor dinheiro dos financiamentos de milhões de dólares anuais que são propagandeados serem distribuídos a banca nacional através do BCV, mas que continua sendo encaminhado a moribunda TACV, CVI e Municípios sem resultados concretos a favor da economia nacional.

Ou seja um Governo que não gosta, daquilo que a Ilha conseguiu ser a nível de Turismo e que tem amordaçado as suas chances de desenvolvimento, colocando em risco a sua qualidade e continuidade como destino de turismo internacional, preocupado apenas em vender terrenos para “grandes investidores” e que muitas vezes exploram os nacionais com trabalho quase escravo, levando a que muitos neste momento procurem a imigração em busca de condições de vida melhores.

Câmara Municipal: Um conjunto de “Yes Man”, que só tem olhos para calçadas e oferta de materiais de construção, para manter um eleitorado cego e de mãos estendidas, pois até agora de visível a nível de Turismo, só a rua pedonal em Santa Maria. Iniciou em Palmeira uma tal via pedonal marítima sem projeto algum e até hoje não passou dos 20 metros de obra. Realiza obras sem projetos de conhecimento e avaliação pública, que se arrastam durante meses e muitas vezes nem são concluídas.

Mas todos conseguiram construir “pequenos palácios” de fazer inveja a quem trabalha e a que tem de esforçar durante uma vida para fazer o seu casebre de blocos, quando não for de chapas e restos de materiais.

Uma Edilidade que nunca pediu nada a este Governo, mesmo aquilo a que a Ilha tenha direito, quando este mesmo Presidente de “Cambra” circula diariamente nestas “ESTRADAS DA VERGONHA” completamente esburacadas (verdadeiros tabuleiros de ouril), passeando os seus “peros”, mas completamente amordaçado e mudo. Pois este, há muito tornou-se um fantasma, que já quase não é visto na Ilha que o viu nascer.

Será por isso que o Sistema Governamental tem medo da Regionalização, para que Sal não desenvolva além do restante nacional e possa friccionar com a cegueira partidária criada em Cabo Verde, nos escravos do 5 de Julho e do 13 de Janeiro?

Será esta a hora de mudar de estratégia de luta para uma Ilha melhor? Ou continuaremos a ser vítimas caladas e correndo risco de vida diariamente para ir ao trabalho.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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