Por: Elisângelo Léger
Ano após ano assistimos jovens a matar jovens de forma vil, bárbaro e de forma crescente. Morre também quem mata. Morre com a prisão. Ou seja, a cada ato criminal perdemos em média 3 jovens. Jovens armados para matar outros jovens. Quem os armam?
A cada morte temos ódios e odiosos a nascer. A cada morte temos grupos a fortalecer. A cada morte temos (infelizmente) sinais do afastamento dos vários serviços públicos em relação às famílias e à sociedade. Começamos a habituar com a morte dos jovens em dose tripla. Contamos mais um e colocamos as culpas em eles próprios. Esquecemos das leis, das restrições, dos poderes das autoridades, do papel da família e dos familiares, esquecemos que a sustentabilidade da nação está no cuidado que dispensamos aos jovens, ou seja, na forma como os governamos (ocupar, orientar, assegurar, cuidar, perceber, amar).
Está na lei que a partir das 23 horas os menores devem estar confinados em casa ou então na posse dos seus familiares adultos. Ou seja, também matamos por omissão, criamos oportunidades de morte e outras fatalidades. Onde estão as políticas juvenis? Onde estão os planos de ocupação e cuidados dos jovens… não somente ofecer pílulas e preservativos grátis… Onde está a sociedade ativa para o bem e para a sustentabilidade? Não cuidar é matar.
Onde queremos levar este Cabo Verde? Que cidadãos estamos a preparar? Quem serão aqueles que virão a governar este país?
Estamos insustentável em matéria juvenis. Caminhamos a velocidade cruzeiro em direcção ao abismo juvenil. Expomos-los a oportunidades de álcool e outras drogas, à prostituição, aos traficantes… os jovens estão no crime para comer e vestir. Os criminosos apropriam-se das suas necessidades e fazem deles demónios da nossa sociedade… tudo culpa nossa.
E se matassemos todos eles? Seria mais fácil? E se cuidassemos deles todos? Seríamos felizes, com absoluta certeza.
Os jovens devem ser a nossa prioridade a todo o momento. Reflictam, por favor, para onde queremos ir e o que é que queremos construir.