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É preciso falar de esperança…

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É preciso falar de esperança! O contexto não é bom, as nossas vidas dançam na melancólica e dramática sinfonia do mundo, em total desalinhamento com a felicidade. O pessimismo persiste em tornar os nossos corações em pedra para serem esculpidos como estátuas. A paisagem pintada está repleta de cinzento… Mas, “não há noite que não amanheça”, “Enquanto houver vida, haverá esperança”, o mundo continua colorido, mesmo que as nuvens deste tempo não nos permitam vê-lo.

Por: Nelson Faria da Conceição

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Bem sei que nem tudo depende de nós, mas o mundo, ao menos o nosso, pode ser melhor com as nossas atitudes e gestos. As atitudes certas, os gestos de construção e bondade. Sendo que a construção não significa necessariamente alinhamentos cegos e acéfalos com o que nos é imposto. No budismo “Kibô!” (esperança). Em outras religiões denominada de fé que, além da conotação religiosa que possa ter, trata-se de um acreditar com convicção, carregada da nossa energia mental de que é possível concretizar os nossos desejos.  

A esperança é o maior tesouro que temos hoje. É preciso alimentarmos a nossa mente deste nutritivo ingrediente para que tudo o que de mal vivemos e assistimos possa melhorar. A nossa saúde física e mental depende da vitamina da esperança. O sistema imunológico fortalece com a nossa confiança e com a esperança.

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A vida, a história é feita de muitos momentos como este e que foram ultrapassados. A esperança nunca deixou de existir, por isso nos encontramos aqui. Por isso também, deve ser continuada, outras gerações precisam viver da melhor forma possível. A esperança não é um sonho impossível, não é uma utopia, não é uma quimera, é nosso e pode ser concretizado.

Naturalmente, só a esperança e o pensamento positivo não chegam. É preciso traduzi-los em ações. Tempo de levantar a cabeça, manter-se lúcido e atento, de não se deixar levar pela teimosa desesperança. Alinho, pois, com o cliché de que “mais vale cair lutando firme na esperança de que é possível, do que deixar-se cair pela desistência”. Resistência, resiliência, precisa-se. É preciso continuar a pensar no bem, fazer o certo e esperar pelo melhor.

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Saber lidar com as adversidades, gerir bem as emoções causadas pelas agruras desta conjectura, externa e interna, seja do mundo seja das nossas vidas, ter esperança, são a chave para que o amanhã possa acontecer. Nem é preciso sermos super-heróis, basta trabalhar isto em nós mesmos… Isto remete-me para uma música do rapper Valete – “O mundo muda a cada gesto teu”, nas passagens que mais gosto:

“(…) Não há revolução sem a tua contribuição, (Não há),

Partilha o afeto porque há sempre alguém que tu ajudas,

Espalha a verdade porque há sempre alguém que tu educas,

Denuncia o mal porque há sempre alguém que te escuta mano,

Há sempre alguém que te segue quando acreditas na Luta (…)

(…)O mundo tá conectado mano,

Cada gesto teu influencia o gesto do outro,

Cada gesto teu é um exemplo pó outro,

Amor gera amor,

Ódio gera ódio,

E a revolução ás vezes passa por tu seres um bom pai,

Um bom amigo, um bom filho, um bom Homem, um bom cidadão,

Isso faz muita diferença,

O mundo muda a cada gesto teu(…)”

Que não falte: ESPERANÇA! No dia que não estiver comigo, certamente estarei morto, ou serei um morto vivo.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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