Por: David Leite
Segundo o recém-empossado presidente da CM de São Lourenço dos Órgãos, Euclides Cabral (PAICV), a equipa camarária cessante (MpD) foi-se embora com a caixa! Disse que encontrou os cofres vazios e que não podia, por esse motivo, pagar os salários aos funcionários!
Veio depois a equipa cessante dizer de sua verdade: os vereadores partiram com os subsídios de reintegração que lhes eram devidos (seguro é na bolsa, aliás no bolso) e, além disso, foram saldadas umas dívidas camarárias. E justificou que em 2016 a equipa MpD herdou este mesmo cenário do PAICV: subsídios de reintegração para os vereadores, os funcionários a ver navios! Com a diferença, dixit, que a sua equipa ficou de bico calado e a coisa não vazou! Ou seja, essas coisas de dinheiro devem ficar entre nós, os eleitos!
Se bem entendi, partido vem partido vai, os ilustres vereadores laurentinos deram prioridade aos seus interesses em detrimento dos direitos dos trabalhadores; foram aos fundos camarários e serviram-se, deixando os trabalhadores sem salário! Grandes servidores públicos!
Os subsídios de reintegração são um direito consagrado na lei. Seja, mas todo o trabalho merece salário, também está na lei! Acresce-se que legalidade não é tudo, senão o que fazemos da ética e do bom-senso? Podiam 5 vereadores arrogar-se prioriários no pagamento dos seus subsídios, deixando 185 trabalhadores sem vencimento e comprometendo o Natal de suas famílias?
Entretanto, o problema já está equacionado: a Câmara de SLO já contraiu um empréstimo bancário para pagar os salários do seu pessoal. E depois o pessoal (aliás todos os munícipes) com os seus impostos vai para pagar o empréstimo da Câmara!
Além de uma solução, era de esperar um inquérito circunstanciado para apurar e assacar responsabilidades porque um observador atento não pode deixar de questionar: quais os montantes pagos aos vereadores? Que outras dívidas foram saldadas com o dinheiro em falta? Em suma, que destino foi dado aos recursos disponibilizados pelo Fundo de Financiamento Municipal? 8.500 milhões de escudos, convenhamos, é muito dinheiro!
Inquérito? Qual nada! Quando ninguém tem moral para atirar a primeira pedra, cada um esconde a mão e a culpa morre solteira – “circulez, y a rien à voir”.
Nessas nossas câmaras municipais, como diz o outro, algo de errado não está certo!