Por: João Delgado da Cruz
“Rumores das coisas simples da minha terra…
Vem-me à memória os Rumores de Jorge Barbosa ao ouvir este pastiche musical de Ailton Dos Santos Itó… bravo nhe menine!
Dos trapiches, da cana, do grogue
da chuva que veio, do milho, da cachupa,
ao som desse canto, numa adaptação fabulosa de “Dia quinze grogue ti tá bem cabá” de António Tchitche.
Numa cadência nova cheia de nostalgia,
Que deixa um arrepio em noite de chuva nas ilhas”
Naqueles tempos conde Soncente era sabe…
… nesses anos, para piorar a situação de escassez alimentícia, além de um governo que não parecia minimamente interessado na melhoria das condições de vida da população, aumentava-se o consumo do aguardente. Antone Tchitche pinta um possível quadro de “Lei Seca” que se ventilou na altura como medida paliativa:
“Flode que na dia 15
grogue ti ta bem cabá
Jam faze nha colque
Un ti ta bem passal ê tude ta bibê”
E mais adiante, pedagogicamente, instrui sobre os malefícios do seu consumo em excesso:
“Quem cá sabê bibê
Panha grogue bô largal da mom
Tchá grogue pa três rapaz, Lis Cabele, Cacoi ma Ninaja
Ó grogue cá bo matá cabverdiane”