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“As figuras públicas”… segue na luz “Amor”

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Por: Nelson Faria

Desde o final-de-semana com a partida do “Amor” de Mindelo, a nossa Júlia, isto não me sai da cabeça. Será, ou não, a “Djulai” uma figura pública da cidade do Mindelo assim como tantas outras que todos nós conhecemos?

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Sei que para o reconhecimento como figuras públicas é-se exigido para tal os feitos ou o
posicionamento social dos indivíduos que o possibilitam tal status. Sendo que muitas destas figuras estão na vida pública e podem ser objeto de atenção mediática, tanto positiva como negativa. Daí que o “minuto de fama”, as críticas ou elogios às figuras públicas, sobretudo os da política, são muitas vezes efémeras, dado que são destinadas às posições ocupadas e nem tanto às pessoas, que depois passam ao esquecimento.

As que não estão nas redes mediáticas no dia-a-dia, todavia, fazem parte das nossas redes de interação diária, são ou não figuras públicas? Essas que todos conhecemos e temos, ao menos, uma história para contar? Essas que marcam pela positiva, pela sua essência, gosta-se ou não? São, na sua larga maioria, para não dizer todos, pessoas simples, puras, sem maldade, com as suas singularidades e histórias de vida, que desconhecemos, com as suas lutas internas e que exteriorizam, na boa parte das vezes, a boa essência do ser humano, apesar da sua condição.

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Essas figuras com presença vincada, muitas vezes “invisíveis” para muitos, às vezes não bem tratadas, ou mesmo maltratadas, que deixam a sua marca e acabam por também elas caracterizar as nossas vidas e o local em que vivemos. Por isso, permitam-me chamar, mera perspetiva, de figuras públicas as nossas gentes simples e humildes que, com o seu carisma, a sua forma de estar, as suas particularidades nos fazem conectar, aprender, rir, ter sensibilidade empatia necessária para que mereçam a nossa simpatia e reconhecimento como tal. Se bem visto, em alguns casos, são pessoas com maior notoriedade e aceitação que muitas pseudo figuras públicas, particularmente ligadas à política.

Desde o final-de-semana com a partida do “Amor” de Mindelo, a nossa Júlia, isto não me sai da cabeça. Será, ou não, a “Djulai” uma figura pública da cidade do Mindelo assim como tantas outras que todos nós conhecemos? Só ela saberia contar a vida e lutas que travou e que levaram até a condição como a conhecemos. Todavia, fica a sua marca, a palavra “amor” e o bum-humor que despertou em todos com quem conectou… e não foram poucas pessoas, as de dentro e as de fora.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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