Viradouro, Mangueira e Beija-Flor foram os destaques do primeiro dia do Grupo Especial do carnaval do Rio, que terminou na madrugada deste sábado. Este retorno das escolas de samba à Sapucaí, após dois anos de pausa devido à pandemia da Covid-19, foi marcado por desfiles com clima retrô e homenagens ao carnaval.
Mangueira cantou sobre a sua história com o enredo Jamelão, a voz imortal do Carnaval e também dos amargurados samba-canção. Além de exaltar este eterno agremiação cuja voz era ouvida sobre todos os sons da bateria, o enredo celebrou também as vidas e obras de Cartola (1908-1980), e Hélio da Silva (1921-2012), o ritmista, director de bateria e mestre-sala conhecido como Delgado.
Também nostálgica, a Viradouro reviveu o carnaval de 1919, o primeiro após a pandemia da gripe espanhola. Classificado como uma declaração de amor ao Carnaval, a escola de Niterói cantou o carnaval da euforia, o maior de todos os tempos com muita animação, referencias e rimas ricas e conquistou a Sapucaí. O título “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria” é um trecho da canção do baile do pré carnaval de 1919, época que o enredo levou os amantes desta festa.
Já a Azul e Branca de Nilópolis, a última escola a desfilar esta madrugada, disse que “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flora”, uma declaração para que a história de personagens negros do Carnaval e da própria escola não sejam esquecida. Por isso, o enredo foi um retorno às origens da civilização para que as pessoas pudessem ter noção do percurso do preto que foi apagada pela colonização europeia.
A escola com temática mais diferente foi a São Clemente, celebrando Paulo Gustavo, humorista morto por Covid em maio de 2021. Salgueiro e Imperatiz Leopoldinense também passaram pela passarela com desfiles marcados por clima retrô e homenagens. Hoje, sábado, desfilam Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade Independente, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.
C/Globo.com