A Marinha ucraniana afundou a fragata Hetman Sahaidachny, o seu maior navio de guerra, que passava por consertos no porto de Mykolaiv, para evitar uma possível captura pelas tropas russas. A informação foi confirmada pelo ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, segundo o qual o comandante do navio-chefe seguiu a ordem de inundar a fragata Hetman Sahaidachny para que não caísse nas mãos do inimigo. “É difícil imaginar uma decisão mais difícil para um soldado e tripulação corajosos”, escreveu Reznikov no Facebook na sexta-feira.
Tropas russas entraram pela primeira vez na cidade portuária de Mykolaiv, no Mar Negro, na Ucrânia, disseram autoridades regionais nesta sexta-feira, em mais um avanço da ofensiva do eixo Sul, onde as forças invasoras da Rússia têm obtido as suas maiores vitórias até agora. A cidade ainda não foi tomada, mas está sob bombardeio.
Em vídeo compartilhado online, Vitaliy Kim, o governador de Mykolaiv, disse que há combates em andamento em partes da cidade para expulsar os soldados russos que adentraram no território e impedir a sua captura. Ele pediu para a população “não entrar em pânico” e para “mulheres e crianças permanecerem em casa”.
Entretanto, ao décimo dia de guerra na Ucrânia, a Rússia anunciou para este sábado um cessar-fogo temporário a partir das 10h00 em Moscovo para a abertura de corredores humanitários que permitam a retirada de civis nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovaja.
Antes, o autarca de Mariupol, Vadim Boitchenko, tinha afirmado que o porto estratégico de Mariupol se encontrava “sob bloqueio” e era alvo de “ataques impiedosos” do exército russo. “A nossa prioridade é conseguir um cessar-fogo para que possamos restabelecer as infraestruturas vitais e criar um corredor humanitário para fazer chegar alimentos e medicamentos à cidade”, acrescentou numa mensagem divulgada na plataforma Telegram.
O controlo de Mariupol é estratégico para a Rússia, uma vez que permitiria garantir uma continuidade territorial entre as forças vindas da Crimeia e as que chegam dos territórios separatistas pró-russos da região de Donbass.
C/Globo.com e Dn.pt