O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem um decreto suspendendo as tarifas de 40%, anunciadas em abril, sobre diversos produtos agrícolas importados do Brasil, retomando assim a competitividade no mercado norte-americano. O presidente Lula da Silva reagiu ao anúncio de Trump afirmando que “ninguém respeita quem não se respeita”.
Segundo informações avançadas pela imprensa internacional, a decisão do presidente Donald Trump de reduzir tarifas de importação sobre produtos agrícolas, trouxe um alívio imediato e significativo para alguns setores do agronegócio brasileiro. Ao contrário das expectativas iniciais de apenas uma redução parcial da tarifa recíproca de 10%, a medida isentou produtos-chave do Brasil da sobretaxa de 40%, restaurando a competitividade do país no mercado norte-americano. Na pratica, a tarifa para esses itens caiu de 50% para as taxas base, sendo que em alguns casos foi completamente zerada.
Quando as tarifas foram anunciadas, em 30 de julho, o governo americano anunciou uma lista de exceções, com quase 700 produtos. Agora, Trump ampliou essa lista, adicionando dezenas de outros itens, entre eles café, carne bovina, açaí, tomate, manga, banana e cacau. “A suspensão das tarifas é retroativa e vale para mercadorias que chegaram aos EUA a partir de 13 de novembro. Nessa data, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, se reuniram em Washington, para mais uma rodada de negociação” diz a BBC Brasil.
As associações empresariais comemoraram a decisão do governo americano. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que “ninguém respeita quem não se respeita”. Já políticos da oposição disseram que a decisão do governo americano teria sido tomada pela necessidade da redução da inflação americana e não como fruto do esforço da diplomacia brasileira.
A reunião ocorreu na esteira de uma série de conversas do governo brasileiro com os Estados Unidos, incluindo uma conversa telefónica entre Lula e Trump, no dia 6 de outubro. No decreto, Trump mencionou expressamente essa ligação, “durante a qual concordamos em iniciar negociações”.
O presidente americano afirmou também que recebeu recomendações de funcionários americanos sobre a suspensão de “certas importações agrícolas do Brasil”. Na opinião desses funcionários, disse Trump, “certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional” porque, “entre outras considerações relevantes, houve progresso inicial nas negociações com o governo do Brasil.”
Trump afirmou, no entanto, que o Secretário de Estado, Marco Rubio, “continuará monitorando as circunstâncias relativas” às razões pelas quais os Estados Unidos impuseram tarifas ao Brasil. “O Secretário de Estado me informará sobre qualquer circunstância que, em sua opinião, possa indicar a necessidade de novas medidas por parte do presidente”, escreveu Trump.







