A pressão para conter um surto de covid-19 em Pequim levou à testagem maciça da população no maior distrito da capital chinesa. A política Covid Zero tem originado temores de que restrições mais rigorosas possam vir a ser implementadas em Pequim, à semelhança do bloqueio em Xangai, cidade que entra agora na quarta semana de confinamento.
Apesar do confinamento rigoroso em Xangai que obrigou 25 milhões de pessoas a ficarem fechadas em casa, quase 22 mil novos casos positivos foram registados no domingo, além de 39 mortes associadas ao novo coronavírus, o maior número diário desde o confinamento. Em Pequim foram registados 26 novos casos, todos transmitidos localmente, levando alguns sectores a suspender a actividade presencial.
As autoridades do distrito de Chaoyang, com cerca de 3,45 milhões de habitantes, anunciaram na noite de domingo que todos aqueles que moram e trabalham nesta área de Pequim serão testados à covid-19 três vezes esta semana, para rastrear o surto que foi desencadeado há cerca de uma semana.
A notícia levou a população a correr aos supermercados para se abastecer, receando um confinamento como aquele imposto em Xangai, onde milhões ficaram sem acesso a comida e necessidades diárias, face ao encerramento de supermercados e farmácias. Os principais supermercados de Pequim viram-se obrigados a prolongar os seus horários de funcionamento para fazer face ao aumento da procura, apesar das autoridades terem garantido que há bens suficientes.
Contudo, nas redes sociais têm já surgido imagens que mostram corredores de prateleiras vazias e filas extensas nas caixas dos supermercados. De acordo com a imprensa estatal chinesa, as principais retalhistas alimentares de Pequim receberam ordens para aumentar a oferta de mantimentos como carne, ovos e vegetais.
De acordo com as autoridades de saúde chinesas, os resultados dos testes que serão recolhidos esta semana definirão se há necessidade de intensificar mais as medidas. Pang Xinghuo, vice-diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Pequim, alertou que o número de casos em Pequim deverá aumentar nos próximos dias.
Entre as medidas aplicadas pelas autoridades chinesas incluem-se a colocação de alarmes eletrónicos nas portas para impedir que pessoas infetadas saiam, além da evacuação de habitações para realizar procedimentos de desinfeção.
Em contraste com grande parte do mundo, a China tem apostado numa estratégia de Covid Zero com o objetivo de erradicar completamente o vírus do país. Embora as autoridades tenham conseguido manter o número de casos relativamente baixo no início da pandemia, os recentes bloqueios para conter variantes recentes e mais transmissíveis não tem surtido os efeitos esperados.
Fonte: Sol.pt