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Pais escrevem nome das crianças no corpo para serem identificadas em Gaza

Nas últimas três semanas morreram cerca de três mil crianças.

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Os pais estão a escrever os nomes dos filhos nos seus corpos em Gaza para que possam ser identificados após a intensificação dos ataques israelitas. Alegam que, caso sejam mortos “pelo menos que a memória sobreviva”. 

Segundo noticias veiculadas pela CNN e por vários outros órgãos de imprensa internacionais, crianças estão sendo encontradas no hospital de Al-Aqsa com os nomes escritos no corpo. Os pais temem que não sejam identificadas em caso de ataques aéreos na região. 

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Os pais escreveram os nomes de seus filhos nas pernas e no abdômen”, disse Abdul Rahman Al Masri, chefe do departamento de emergência do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa. Segundo este responsável, o receio dos pais era de que “tudo poderia acontecer” e as crianças poderiam não ser identificadas. “Eles sentem que são alvos e podem ser feridos ou martirizados”, acrescenta.

Trata-se de um sinal do medo e do desespero que os pais sentem no enclave densamente povoado, uma vez que Israel continua a bombardeá-lo com ataques aéreos implacáveis em retaliação pelos ataques do Hamas de 7 de outubro.

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O supervisor da sala do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, onde os cadáveres são lavados, descreveu como “um dia excepcional”. Recusando-se a dar o seu nome, diz à CNN que o número de mortos durante a noite de sábado para domingo tinha ultrapassado os 200. ”O que notámos hoje é que muitos pais escrevem os nomes dos seus filhos nas pernas para que possam ser identificados após os ataques aéreos ou se se perderem. Este é um fenómeno novo que começou agora em Gaza.”

“Muitas das crianças estão desaparecidas, muitas chegam aqui com os crânios partidos… e é impossível identificá-las, só através dessa escrita é que são identificadas”, finaliza. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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