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Milhares de pessoas protestam contra o “modelo insustentável de turismo” nas Canárias

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Enquanto Cabo Verde se esforça para aumentar o número de turistas, nas Ilhas Canárias a população está a exigir um controlo acérrimo da quantidade de visitantes estrangeiros. Ontem milhares de habitantes realizaram um protesto que visou apelar a uma reformulação urgente da estratégica turística do arquipélago espanhol.

Os manifestantes, que se mobilizaram sob o slogan “Canárias tiene un limite”, querem ainda o “congelamento” do número de turistas. Argumentam que o modelo em vigor nas últimas décadas tornou a habitação inacessível para os residentes e um factor de agressão ambiental.

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Dados estatísticos indicam que cerca de 14 milhões de turistas visitaram Canárias, um arquipélago onde vivem 2,2 milhões de habitantes. Essa procura, dizem, está a provocar o aumento excessivo dos preços do luguer das casas de férias, o que disparou os custos da habitação. Víctor Martin, porta-voz do colectivo Canárias se Agota, disse ao jornal The Guardian que o arquipélago chegou ao ponto em que o equilíbrio entre o uso dos recursos e o bem-estar da população eclodiu.

Conforme a imprensa internacional, a polícia estimou uma presença de 20 mil pessoas nas ruas, enquanto os organizadores apontam para 50 mil. Abordado pela televisão pública TVE, um dos manifestantes realçou que não são contra o turismo. Estão apenas a pedir um reajuste no modelo já que este permite o crescimento ilimitado da presença dos visitantes nas ilhas. “Não é uma mensagem contra o turista, mas contra um modelo de turismo que não beneficia esta terra e precisa de ser mudado”, disse outro manifestante à Reuters durante a marcha na capital de Tenerife.

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A manifestação contou com o apoio de grupos ambientalistas, incluindo Greenpeace, WWF, Ecologistas em Acção, Amigos da Terra e SEO/Birdlife. Por outro lado, outras pessoas se manifestaram em Madrid e Barcelona para mostrar o seu apoio ao protesto dos residentes nas Ilhas Canárias.

Refira-se que 11 membros do Canarias se Agota estão em greve de fome há uma semana para protestar contra a construção de dois grandes empreendimentos de luxo no sul de Tenerife, que descrevem como ilegais e totalmente desnecessários.

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C/CNN.pt e Sábado.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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