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México acusa marca Adidas de apropriação cultural em novo modelo de sandálias

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As autoridades mexicanas e a marca desportiva Adidas entraram em litígio devido ao design de uma sandália. É que o governo acusa a multinacional de estar a plagiar um produto típico de artesãos do sul do México, alegando que esse modelo reproduz de forma evidente os traços dos huaraches, calçado indígena típico.

O modelo em causa, batizado como “Oaxaca Slip-On”, foi criado pelo designer norte-americano Willy Chavarría para a linha Adidas Originals. A sandália, descreve o jornal Dn.pt, apresenta tiras finas de couro entrançadas, num estilo idêntico ao dos huaraches, mas com sola grossa de ténis, em vez das tradicionais solas planas de couro. Chavarria, que tem ascendência mexicana, apresentou essa linha pela primeira vez num painel da Adidas em Porto Rico, na segunda-feira, e afirmou que a sua colaboração com a marca alemã é uma ode à cultura mexicana.

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As autoridades do estado de Oaxaca sustentam que o design incorpora elementos do património cultural das comunidades indígenas zapotecas, especialmente da localidade de Villa Hidalgo de Yalálag. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, anunciou na sexta-feira que a Adidas já está em conversações com as autoridades locais para compensar “as pessoas que foram plagiadas” e que o governo está a preparar reformas legais para impedir a cópia de peças artesanais mexicanas.

O governo de Oaxaca pediu a retirada imediata do modelo “Oaxaca Slip-On” e uma desculpa pública da marca, classificando o caso como “apropriação cultural” e possível violação da lei. Numa carta dirigida à liderança da Adidas, o governador Salomón Jara Cruz criticou a justificação de “inspiração criativa” para o uso de expressões culturais que “dão identidade às comunidades”, sublinhando que “a cultura não se vende, respeita-se”.

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Em resposta, segundo noticia a Dn.pt, a Adidas declarou “valorizar profundamente a riqueza cultural dos povos indígenas do México” e reconheceu a pertinência das críticas. A empresa manifestou vontade de reunir-se com as autoridades locais para “reparar os danos” causados.

O caso surge após vários episódios semelhantes. Em 2021, o governo mexicano acusou marcas como Zara, Anthropologie e Patowl de copiarem designs de comunidades indígenas de Oaxaca para comercialização. Atualmente, o Executivo trabalha em novas regras para proteger os artistas, sem impedir colaborações comerciais que lhes possam abrir portas a mercados mais amplos.

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C/Dn.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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