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Martha Sepúlveda, a colombiana que espera a sua morte este domingo com um sorriso

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A colombiana Martha Liria Sepúlveda vai morrer este domingo. Aos 51 anos, ela é a primeira mulher na Colômbia a conseguir autorização para a eutanásia, sem estar em um quadro terminal.

Segundo os jornais Globo.com e Infobae.com, Martha tem esclerose lateral amiotrófica (ELA), que a impede de andar e tem sofrido com dores e outras dificuldades. Ciente de que a sua doença não tem cura, decidiu pedir autorização para a morte assistida logo depois de a Corte Constitucional — o Supremo colombiano — ampliar o direito à eutanásia, que já era concedido a casos terminais. Foi autorizada no dia 22 de julho e marcou a data para 10 de outubro.

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“Sou uma pessoa católica, considero-me alguém que crê muito em Deus, mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer. Nenhum pai quer ver seus filhos sofrerem”, disse em entrevista à emissora colombiana Caracol.

Por ser católica, aliás, a decisão de Martha encontra muita resistência dentro da Igreja, que costuma se posicionar contra a prática. Questionada pela TV colombiana como lida com isso diante de padres, ela responde:

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“A resposta [que dou a eles] é a mesma: faço isso porque estou sofrendo e porque creio em um Deus que não quer me ver assim. Para mim, Deus está me permitindo isso, se gosta de mim não gosta de me ver nesta situação”, justifica.

Até por isso, Martha decidiu morrer em uma manhã de domingo. “Como sempre vamos à missa, quis que fosse em um domingo. Quero que o procedimento, a cremação, a entrega das cinzas e a eucaristia ocorram no mesmo dia. E que não sejam em uma sala de velórios, acho que isso aumenta o sofrimento das pessoas.”

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Desde que recebeu autorização para esse procedimento, Martha tenta aproveitar os seus últimos dias com cerveja e comida, na companhia da família. “Estou mais tranquila desde que autorizaram o procedimento. Rio mais, durmo mais tranquila”, afirmou à TV Caracol.

O filho Federico, de 22 anos, reconhece que gostaria de ter a mãe por mais tempo, mas afirma que aceitar a decisão da eutanásia é o “maior acto de amor” que já fez. “Em princípio preciso da mamãe, quero ela comigo, quase em qualquer condição. Mas sei que em suas palavras ela já não vive mais, apenas sobrevive“, disse. Segundo o jovem, o seu foco agora é fazê-la feliz, fazer com que ela ria um pouco. E que sua estada na Terra, pelos dias que ainda restam, seja um pouco mais amena.

C/Globo.com

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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