O ex-presidente Lula da Silva (Partido dos Trabalhadores) venceu o primeiro turno das eleições brasileiras com mais de 48 por cento dos votos, contra os mais de 43% do presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal), mas não conseguiu fechar a contenda logo na primeira volta. Os dois candidatos voltam aos boletins de voto num “segundo turno” marcado para o final do mês, a 30 de outubro.
O antigo presidente petista ganhou em 14 Estados, enquanto Bolsonaro venceu em 12 Estados e no Distrito Federal. No total, o petista marcou 48,24% dos votos válidos, com 99,18% das urnas apuradas. Bolsonaro somou 43,36%. Lula ganhou em todos os Estados do Nordeste. Mas a sua maior vitória na região aconteceu no Piauí, onde o teve 73,8% dos votos válidos, ante 20% de Bolsonaro.
Na Bahia, Lula marcou uma vitória com grande maioria dos votos — 69,5%. Bolsonaro chegou a 24,4%. Também venceu Bolsonaro com ampla maioria em seu Estado natal, Pernambuco. Marcou 65,1% dos votos, contra 30% de Bolsonaro. Ainda assim registou um desempenho abaixo das sondagens, que o colocavam com uma margem de quase dez pontos percentuais sobre o actual presidente do Brasil.
Numa primeira reacção à vitória deste domingo, a partir de São Paulo, Lula da Silva começou por “agradecer a generosidade do povo brasileiro” e lembrou que há quatro anos ele próprio era tido como um político acabado numa campanha marcada pela “mentira”. “A luta continua até à vitória final”, declarou Lula da Silva, que disse ver este cenário apenas como “uma prorrogação”.
Já o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a sua reeleição, reconheceu que “uma parte da população manifestou vontade de mudar”, alertando contudo que “algumas mudanças vêm para pior”. Sobre a “veracidade” dos resultados de ontem, remeteu para a análise dos organismos competentes. “Sempre existe a possibilidade de algo de anormal acontecer”, declarou o presidente.
Mais de 156 milhões de eleitores foram ontem chamados a votar nas 577.125 urnas eletrónicas espalhadas por 5.570 cidades do Brasil. Para as Presidenciais, além de Lula e Bolsonaro, os eleitores tinham a opção de votar em Simone Tebet, Ciro Gomes, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
C/Agências de Notícias