A maior referência actual da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, faleceu hoje na França aos 96 anos de idade, vítima de doença. Abertamente racista e extremista, marcou pela controvérsia a política francesa com as suas posições sobre assuntos como gênero, imigração, islamismo e a II Guerra Mundial. Decidido a ser Presidente da França, concorreu em cinco eleições, mas nunca teve sucesso, sendo a última em 2007.
Le Pen fundou em 1972 a Frente Nacional, que liderou até 2011, quando passou o cargo à sua ilha Marine Le Pen, que esteve muito próxima de ser eleita Presidente da França. O FN passou a designar-se Reunião Nacional (RN), força política que inicialmente reunia neofascistas e depois foi se moderando. O RN, no entanto, permanece sendo o principal partido da extrema direita na França e ainda carrega alguns de seus ideais, como o caráter anti-imigração.
Pioneiro da extrema-direita europeia, Jean-Marie Le Pen acumulou condenações na Justiça em casos de antissemitismo e era constantemente acusado de xenofobia e racismo. Em um dos casos ele foi condenado e multado em 1990 por contestar crimes de guerra dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial ao dizer que as câmaras de gás, utilizadas para matar judeus, eram “apenas um detalhe” da história do conflito. O comentário provocou indignação na França. Segundo Jordan Bardella, actual presidente da actual líder do União Nacional, Le Pen morreu envergando o uniforme do exército francês usado na Indochina e na Argélia.
C/ Dn.pt, Publico.pt e Globo.com