As inundates na cidade histórica de Veneza atingiram o seu nível mais alto desde 1966, estando prevista para hoje nova subida das aguas. A presidente da Câmara Municipal de Veneza culpa as alterações climáticas. A marca da água, refere, atingiu 1,87 centímetros na terça-feira, o que significa que mais de 85% da cidade foi inundada. O nível mais alto registado até agora foi de 1,98 centímetros durante as inundações em 1966.
O governador Luca Zaia disse que uma pessoa morreu, embora a causa não seja clara. Ontem grande parte da cidade estava submersa e a famosa Basílica de São Marcos inundada, levantando novas preocupações sobre os danos aos mosaicos e outras obras de arte que estão no seu interior.
As autoridades estimam uma segunda inundação que pode chegar hoje até aos 160 centímetros. O presidente da Câmara, Luigi Brugnaro, culpou as alterações climáticas pela “situação dramática” e pediu a rápida conclusão de um projeto que está atrasado para a construção de barreiras exteriores.
Chamadas de “Moisés”, as barreiras móveis submarinas destinam-se a limitar as inundações, causadas por ventos de sul que empurram a maré para Veneza. Mas o polémico projeto tem a oposição dos ambientalistas que estão preocupados com os danos no ecossistema da lagoa. O projeto foi adiado devido aos custos excessivos e escândalos de corrupção.
A chuva intensa tem caído desde terça-feira em Itália, afetando em particular as regiões da Sicília, Calábria e Basilicata e Veneza, que se confrontou também com uma maré alta excepcional. Em Veneza, a praça de São Marcos está submersa devido também à maré alta excepcional, situação que deverá durar até sábado.
O vestíbulo da basílica de São Marcos também foi inundado e o seu procurador, Pierpaolo Campostrini, preveniu os turnos de guarda para vigiarem a subida da água. Segundo Campostrini, uma inundação como a de terça-feira ocorreu apenas cinco vezes na história da basílica — erigida em 828 e reconstruída depois de um incêndio em 1063 -, com o dado mais preocupante de três destas cinco situações terem ocorrido nos últimos 20 anos, com a última a verificar-se em 2018.
C/JN.PT
Foto:BBC