“Le Grêle”, assassino em série que assombra França há décadas, ter-se-á suicidado num apartamento em Grau-du-Roi. A polícia francesa procurava o homem desde os anos 80, suspeito de cometer vários assassinatos e violações.
O caso, sem solução há várias décadas, foi resolvido depois de, nos últimos meses, cerca de 750 polícias que tinham trabalhado no sul da região terem sido chamados por um juiz para depor, no âmbito da investigação a um homicida em série francês. Entre os escolhidos, estava “um homem de 59 anos, que vivia no sul de França, que foi convocado no dia 24 de setembro para ser interrogado no dia 29 de setembro. Foi dado como desaparecido pela mulher” dois dias antes da audiência e encontrado morto na passada quarta-feira, segundo revelou a polícia.
Tratava-se de François Vérove, “um antigo polícia que já estava reformado”. O homem ter-se-á suicidado num apartamento em Grau-du-Roi, onde deixou uma carta de confissão, afirmou uma fonte próxima da investigação à agência “France Presse”. O ADN do homem correspondia ao perfil genético encontrado em várias cenas de crime.
Os meios de comunicação locais apuraram que, na carta, o homem diz que se sentia perseguido pela polícia e confessa a autoria dos assassinatos “sem dar os nomes das vítimas nem as circunstâncias” dos crimes. Na missiva garantia ainda que não tinha cometido mais desde 1997.
Durante 35 anos, os investigadores procuraram o criminoso, seguindo a pista de “um homem com o rosto com marcas de varíola”, suspeito de ter “cometido cinco crimes entre 1986 e 1994”. Num desses crimes, o homem violou e assassinou uma menina de 11 anos que foi encontrada na cave do seu prédio em Paris, em 1986. Num outro caso, em 1997, estrangulou um casal, também em Paris. Segundo o diário “Le Parisien”, o homem também é suspeito do assassinato de uma jovem de 19 anos em 1994, nos subúrbios de Paris, e de seis violações.
Nas investigações, foram recolhidos dados que indicavam que o “suspeito poderia ser um polícia que estava a exercer na época em que ocorreram os crimes, permitindo-lhe esconder o perfil do autor”, explicou Laure Beccuau, procuradora pública de Paris, num comunicado publicado esta quinta-feira.
C/Jn.pt