Um ex-governador brasileiro foi ontem condenado a 98 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, activa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aplicou essa sentença a Luiz Fernando Pezão no âmbito da Operação Boca de Lobo, um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato do Rio de Janeiro. Segundo o Globo.com, como cabe recurso, Pezão poderá responder em liberdade até o trânsito em julgado da ação.
Outras 10 pessoas também foram condenadas pelo juiz Bretas, entre elas o também ex-governador Sérgio Cabral. Todos os condenados terão que dividir o pagamento de uma indemnização de 39,1 milhões de reais, que representa o equivalente à propina recebida pelo grupo.
De acordo com as investigações da Força-tarefa da Lava Jato, ao assumir como chefe do Executivo estadual, Pezão continuou a praticar crimes de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de activos no Estado do Rio de Janeiro. A partir da operação Boca do Lobo, policiais e promotores obtiveram provas contra o ex-governador Pezão a partir de apreensões de documentos, dados bancários, quebras de sigilo telefónicos e fiscais, além de depoimentos de colaboradores e relatos de testemunhas.
Chegou-se à conclusão à partir daí de que Luiz Fernando Pezão sucedeu Sérgio Cabral nas práticas ilícitas ao comandar o governo do RJ. De acordo com o processo, essa atuação de Pezão começou quando ele foi secretário estadual de obras, passou pelo período em que foi vice-governador de Sérgio Cabral e seguiu até ele assumir o cargo de governador.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público Federal tratou dos crimes praticados por Pezão em período compreendido entre março de 2007 a março de 2014. Pezão, no exercício das funções de secretário de obras e vice governador e em razão desses cargos públicos, recebeu de Sérgio Cabral Filho, por 84 vezes, vantagens indevidas consistente no pagamento de dinheiro, em espécie, de origem ilícita”.
De acordo com o juiz Marcelo Bretas em sua decisão, no período compreendido (2007 a 2014), Sérgio Cabral pagou a quantia mensal de 150 mil reais a Pezão. Isso ainda incluída um 13º salário como uma remuneração por integrar a organização criminosa.
O ex-governador ainda é acusado por receber, já no cargo de governador, a quantia de 11,4 milhões de reais da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetransport).
Já o ex-governador Sérgio Cabral foi condenado a 32 anos, nove meses e cinco dias de prisão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
C/ Globo.com